Uma pesquisa realizada no site do Senado apontou que a quase totalidade dos internautas é contra a inclusão de um limite de consumo na internet fixa. Destes, 99% não concordam com o modelo proposto pelas operadoras. Realizada entre os dias 16 de maio e 15 de junho, o levantamento contou com a participação recorde de 608.470 usuários.
Na opinião de 64% dos internautas, o limite de consumo vai fazer a qualidade dos serviços diminuir. Apenas 2% acreditam que os serviços serão melhores. Ao mesmo tempo, 95% dos usuários afirmaram que a satisfação dos clientes com a internet fixa irá diminuir. Cerca de 3% acreditam que os consumidores ficarão mais satisfeitos com o novo modelo.
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Outro tópico da enquete foi o Marco Civil da Internet
(Lei 12.965/2014). Para 91% dos usuários, as franquias de dados não estão de acordo com o que está descrito na lei, que prevê a "não suspensão da conexão à internet, salvo por débito diretamente decorrente de sua utilização". Apenas 3% apontaram que o modelo não interfere no Marco Civil.
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Em relação a valores, 89% dos usuários afirmam que o novo modelo fará os gastos dos consumidores aumentarem. Somente 6% dos entrevistados esperam que o valor dos planos diminua.
A pesquisa também abordou a percepção dos usuários sobre o que acontecerá com o lucro das empresas. Para 83% dos respondentes, o lucro das operadoras de internet irá aumentar. Outros 5% esperam que o lucro permaneça o mesmo. Por outro lado, 11% dos internautas acreditam que o lucro será menor.
Entenda
No início do ano, as principais operadoras – Vivo, NET e Oi – passaram a oferecer apenas planos com limite de dados. No novo modelo, o consumidor tem direito a um limite de uso mensal , também conhecido como franquia. Se esse limite for ultrapassado, a operadora poderá reduzir a velocidade ou até mesmo cancelar a conexão até o final do mês. Para retomar o acesso, o usuário deveria contratar um plano com mais capacidade ou comprar um pacote de dados adicional.
A prática foi suspensa pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) depois de reclamações de internautas e entidades de defesa do consumidor, que apontam ilegalidades em planos com limite de consumo. A agência prometeu ouvir a opinião da população sobre o modelo
, mas ainda não estabeleceu como a consulta será feita.