Embora a Bitcoin seja constantemente associada ao mercado ilegal uma vez que a  moeda  é predominante na deep web (considerada o submundo da Internet), não se pode deixar o senso comum camuflar as vantagens deste recurso.

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No site mercadobitcoin.com.br é possível acompanhar o desempenho da Bitcoin, atualmente R$ 50 equivale a Ƀ 0,008
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No site mercadobitcoin.com.br é possível acompanhar o desempenho da Bitcoin, atualmente R$ 50 equivale a Ƀ 0,008

De acordo com o especialista em cibercrimes da NZN, Felipe Payão, deve-se enxergar com bons olhos a moeda virtual. “Veja bem, estamos falando de uma moeda que é benéfica aos usuários, e não aos bancos”, aponta. Mas para quem não sabe do que se trata o assunto, a Bitcoin é uma criptomoeda/moeda virtual irrastreável.

Caso a temática seja uma novidade para você, saiba que a dinâmica de funcionamento do recurso é bem simples. Assim como exemplifica o site bitcoinbrasil.com , imagine o passo a passo de um pagamento em espécie. 

Determinado produto custa R$ 50, então o cliente transfere sem nenhum mediador a nota ao comerciante que a guarda imediatamente no caixa. Já no pagamento via boleto ou cartão (crédito ou débito) existe um mediador, que no caso é o banco, que permite essa transação de recurso. Digamos que o funcionamento da Bitcoin é um misto dos dois meios, uma vez que a transferência é de pessoa para pessoa – ou seja, sem mediador – só que de forma eletrônica, como no exemplo do cartão.

O processo acima citado, P2P (peer-to-peer, em português: ponto a ponto) é o mesmo utilizado pelos aplicativos WhatsApp e Telegran, onde apenas quem tem acesso aos dados é o emissor e o receptor, o que impossibilita qualquer rastreamento. Segundo Payão, “não há grau [de rastreamento] porque não é possível. O problema existente é se o portador de Bitcoins perder a chave secreta de acesso seja por extorsão online ou offline, já que essa chave entrega acesso aos dados financeiros”.

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Outras vantagens

Além de ser P2P e não ter a presença de bancos nas transações, praticamente não há custos nas operações envolvendo a moeda virtual. Também não existe limitação no que diz respeito aos valores, a total liberdade arbitrária é notada no fato de que não existem fronteiras territoriais para fazer ou receber pagamentos, visto que podem ocorrer em todo o globo.

Payão menciona que atualmente há milhares de estabelecimentos no País que aceitam o meio de pagamento, como lojas físicas – supermercados, lojas – até e-commerces da surface.            

Alerta

Uma das desvantagens da criptomoeda ser irrastreável é que isso abre margem para que pessoas mal intencionadas coloquem isso ao seu favor e pratiquem ilegalidades. O ransomware - crime em que informações digitais são criptografadas por criminosos que exigem pagamento em troca da chave de acesso - é o ataque virtual mais comum no País que envolve a Bitcoin, de acordo com o especialista. 

Uma boa dica citada por Payão que pode ajudar o usuário comum é a realização de backups, um bom antivírus no mobile, no computador, além de uma navegação segura e a desconfiança perante links/e-mails suspeitos.

Embora haja o risco, é importante ressaltar que qualquer recurso está sujeito a isso, e na visão do especialista em cibercrimes, uma democratização da Bitcoin gera o melhor cenário possível. “É mais seguro que qualquer moeda física. Além de ser irrastreável, existe apenas no âmbito virtual. Ainda, é mais fácil realizar transações internacionais, você só precisa de uma carteira virtual (que pode ser o seu smartphone), o histórico de transações é transparente, você evita as taxas bancárias e a moeda é impossível de ser falsificada”, conclui.

*Com edição de Flávia Denone

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