Diante da confirmação do vazamento de dados de 87 milhões de pessoas, Zuckerberg terá que depor diante do Congresso dos EUA
Reprodução/Facebook
Diante da confirmação do vazamento de dados de 87 milhões de pessoas, Zuckerberg terá que depor diante do Congresso dos EUA


Na próxima quarta-feira (11), o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, terá que prestar depoimento diante do Comitê de Energia e Comérico da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos a respeito do vazamento dos dados pessoais de 87 milhões de usuários da rede social.

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No comunicado divulgado na manhã de hoje (4) no site do Comitê, o presidente Greg Walden e o parlamentar Frank Pallone Jr afirmaram que convocaram Zuckerberg a prestar esclarecimentos sobre a proteção das informações dos usuários do Facebook . A decisão foi tomada depois da confirmação de que a empresa Cambridge Analytica, vinculada à campanha presidencial de Donald Trump, guardou informações indevidamente durante anos, mesmo tendo afirmado que havia eliminado os registros.

Os parlamentares afirmaram também que esta será uma boa oportunidade de conhecer melhor as políticas de privacidade da rede social e "ajudar todos os americanos a entender melhor o que acontece com suas informações pessoais online". Eles também agradeceram a disposição de Zuckerberg de responder às perguntas do Comitê depois de ter recusado o convite ou enviado representantes em diversas outras oportunidades.

Desde que a confirmação do vazamento dos dados veio à tona, o Facebook e Zuckerberg pessoalmente se tornaram alvo de muitas críticas e várias ações judiciais coletivas foram iniciadas contra eles. Mesmo com a ação de lobistas para minimizar os impactos, a Comissão Federal de Comércio dos EUA também confirmou que iria investigar a empresa, e políticos nos EUA e no Reino Unido convocaram o CEO a comparecer diante de ambos os congressos. Mas agora parece que, pela primeira vez, Zuckerberg topou falar diante dos políticos.

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A confirmação acontece no mesmo dia que o próprio Facebook divulgou comunicado no qual, após anunciar uma extensa lista de medidas que pretende adotar para restringir o uso de suas Interface de Programação de Aplicativo (API), ou seja, aumentar a proteção aos dados de seus usuários, admite que a Cambridge Analytica teve acesso às informações de 87 milhões de usuários. Número bem superior aos 50 milhões que se estimava antes.

Entenda o caso de vazamento do Facebook

A partir de investigações dos jornais "The New York Times" e "The Guardian", um escândalo foi revelado dando conta de que através de um teste de personalidade desenvolvido pelo acadêmico russo Aleksandr Kogan, o Facebook teria dado acesso a dados pessoas de seus usuários nos Estados Unidos.

No total, cerca de 270 mil pesssoas teriam feito o teste e Kogan teria tido acesso a dados de identidade, localização e dos contratos desses usuários e de seus amigos, totalizando, ao que se sabe agora, 87 milhões de pessoas. Esses dados teriam sido liberdados pelo Facebook para uma produção acadêmica, mas acabaram sendo repassados à Cambridge Analytica, em uma prática não permitida.

A partir dessas informações, a companhia foi capaz de traçar perfis psicológicos que foram utilizados para otimizar campanhas de influência política coordenadas a favor de seus clientes como o então candidato à presidência Donald Trump e grupos políticos pró-Brexit. Campanhas que coincidentemente ou não saíram vitoriosas das urnas.

Segundo um post de blod do vice-presidente da empresa, Paul Grewal, o Facebook teria descoberto o uso de dados por parte da firma de consultoria britânica em 2015 e exigiu que a empresa deletasse os dados, o que ela não teria feito.

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Tudo isso, somado ao fato de que a rede social também tem se envolvido em uma série de outras polêmicas , tem feito aumentar o coro daqueles que pedem que Zuckerberg abadone pelo menos um dos cargos que acumula no Facebook: o de chairman  ou o de CEO.

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