Dr. Silvano Raia, Professor da USP e Coordenador do Projeto de Xenotransplante; Dr. Jorge Kalil, Professor Titular e Chefe do Dep. de Imunologia da Faculdade de Medicina da USP e desenvolvedor da vacina brasileira em Spray nasal contra a Covid-19; Senador Astronauta Marcos Pontes, Dr. Marcelo Morales, Assessor Parlamentar, e Dra. Mayana Zatz, Professora do Instituto de Biociências da USP
Foto: Assessoria Senador
Dr. Silvano Raia, Professor da USP e Coordenador do Projeto de Xenotransplante; Dr. Jorge Kalil, Professor Titular e Chefe do Dep. de Imunologia da Faculdade de Medicina da USP e desenvolvedor da vacina brasileira em Spray nasal contra a Covid-19; Senador Astronauta Marcos Pontes, Dr. Marcelo Morales, Assessor Parlamentar, e Dra. Mayana Zatz, Professora do Instituto de Biociências da USP


Mais um passo foi dado para tornar a técnica do  Xenotransplante possível em nosso país. Inauguramos, na terça (23/04/24), o primeiro Biotério Suíno da América Latina, onde médicos e pesquisadores poderão criar porcos geneticamente modificados compatíveis com o corpo humano sem apresentar rejeição nas condições adequadas. Somando uma série de acordos e parcerias, conseguimos desenvolver soluções eficazes para garantir a qualidade de vida das pessoas e para salvar vidas daqueles que aguardam um transplante, no Brasil.

Quando estava no Ministério, pensei “Vou ajudar”. E comecei a correr atrás de recursos para a ciência.

Com a autorização do Presidente Jair Bolsonaro, durante a minha gestão como Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, investi na área de pesquisa para desenvolver órgãos para transplantes. Em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), empregamos os recursos na construção do Biotério Suíno a fim de abrigar os primeiros animais livres de patógenos e iniciar os ensaios experimentais.

Como Senador, continuarei ajudando. Solicitei emendas ao orçamento a fim de destinar recursos para a área de pesquisa em xenotransplantes.

Inauguração do Biotério Suíno - Carlos Gilberto Carlotti Junior, Reitor da USP e Professora Dra. Mayana Zatz, Coordenadora do Projeto Genoma da USP
Foto: Assessoria Senador
Inauguração do Biotério Suíno - Carlos Gilberto Carlotti Junior, Reitor da USP e Professora Dra. Mayana Zatz, Coordenadora do Projeto Genoma da USP


Durante o evento de inauguração do Biotério, o Dr. Silvano Raia, professor da USP, responsável pelo projeto de Xenotransplante, agradeceu todo o investimento feito na área. “... desejo agradecer em destaque o Senador Marcos Pontes e o Dr. Marcelo Morales que desde a gestão no MCTI e no Senado tem apoiado significativamente o projeto" , ressaltou o professor.

É um avanço significativo para o nosso país. Fazer parte disso e ver concretizar o que planejamos consigo enxergar o potencial que os profissionais brasileiros têm.

O Professor Raia foi o primeiro médico a realizar uma cirurgia de transplante no Brasil. É possível ver em seu currículo impecável quanto esforço inseriu na busca por soluções eficazes. Embora o foco do Projeto Genoma da USP seja focado em doenças genéticas, o Dr. Silvano procurou a responsável pelo projeto, Dra. Mayana Zatz que aceitou o desafio. Foram anos de pesquisas até chegarmos aqui.

“O que parecia um sonho distante, há 6 anos, está se mostrando cada vez mais presente” , destacou a Dra. Mayana Zatz. Segundo a Dra. Zatz, o próximo passo é implementar os embriões nas fêmeas de suínos que serão criados nesse ambiente absolutamente estéril. A Médica ressaltou a importância de técnicas e pesquisas anteriores para chegar no conhecimento atual, como a clonagem da ovelha Dolly , o fato do porco ser 98% semelhante ao corpo humano e a técnica Crisper . “O sucesso do processo cirúrgico depende da genética, da biologia molecular, da veterinária e dos avanços em imunologia da rejeição”.

Eu fiz uma longa entrevista com os médicos em meu Podcast. Se tiver interesse em saber mais, acesse o canal youtube.com/@astropontes .

Atualmente, mais de 60 mil pessoas esperam por um transplante, no Brasil. Cerca de 40 mil aguardam por um rim. Infelizmente, o número de demandas é muito maior do que a oferta, mesmo com o alto número de doação de órgãos. Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostraram que quase metade das famílias entrevistadas se recusam a doar órgãos de familiares falecidos.

O Brasil é referência na realização de transplante de órgãos. 90% dos procedimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É o segundo país que mais realiza transplantes no mundo. Mesmo durante a pandemia da Covid-19, o país continuou apresentando bons índices.

Mas, para quem está na fila esperando um órgão para transplante, os dados só importam se forem os próximos da lista.Segundo estudo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), uma em cada dez pessoas no mundo corre o risco de ter problemas renais, levando a doença para a quinta causa de morte até 2040. O SUS gasta mais de 3 milhões por ano em diálise. Com o avanço da técnica de Xenotransplante, esse custo pode ser reduzido.

Esse é o Primeiro Biotério de muitos. E outros tipos de transplante poderão ser realizados, tais como o da córnea, da pele, do pâncreas (que pode curar a diabetes).

É impossível colocar em palavras os sentimentos de quem está aguardando na fila de espera por uma doação de órgãos para transplantes. Os pacientes e suas famílias precisam de esperança. O Xenotransplante é uma “luz no fim do túnel”. Com os investimentos corretos, as soluções serão eficazes.

A ciência salva vidas!

** Marcos Pontes é mestre em Engenharia de Sistemas e o primeiro astronauta profissional a representar oficialmente um país do hemisfério sul no espaço. Foi ministro das Comunicações (2019-2020) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (2020-2022). Atualmente é senador da República por São Paulo, cargo para o qual foi eleito com mais de 10,7 milhões de votos. Entusiasta do avanço das tecnologias de inteligência artificial, defende o desenvolvimento econômico e social do país por meio do conhecimento, da educação, da ciência, da tecnologia, da inovação e do empreendedorismo.

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