
Existe algo de profundamente simbólico no atual estado do centro de São Paulo. Como se a cidade tivesse virado as costas para o seu próprio coração. Mas e se, em vez de lamento, a gente usasse o marketing, a internet e a criatividade para reconectar esse território com os fluxos contemporâneos da vida urbana?
Foi essa a provocação que guiou a conversa com Rômulo Vilela e Judson Sales — dois profissionais que, como eu, atuam no ecossistema digital, mas não perderam o olhar analógico, o pé no chão da cidade, o desejo de reocupar e reinventar o centro.
Discutimos o movimento crescente de transformar imóveis clássicos em unidades para locação de curta duração, o impacto real disso na circulação de pessoas, no comércio, na segurança e, principalmente, na imagem do centro. Falamos de Airbnb, sim — mas falamos também da força simbólica de trazer vida para lugares onde hoje impera o silêncio e a ferrugem.
O centro é um lugar onde tudo já aconteceu, mas que ainda pode acontecer de novo. Desde que a gente pare de tratar a revitalização como um projeto de fachada, e comece a entendê-la como uma política de ocupação inteligente, inclusiva e conectada com os ritmos do presente. O digital pode ser uma ponte — mas precisa estar a serviço de algo maior do que algoritmos: a cidade viva.
Foi um papo necessário. E recomendo fortemente que você assista. Está logo abaixo.