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App espionou pessoas ao redor do mundo
Unsplash/Tobias Tullius
App espionou pessoas ao redor do mundo

O fundador do Telegram , Pavel Durov , disse nesta quarta-feira (21) em seu canal no aplicativo que foi um dos alvos do spyware israelita Pegasus . No decorrer da semana, investigações de mais de 70 jornalistas e da Anistia Internacional revelaram que o programa foi usado para espionagem de ativistas, repórteres e 14 líderes mundiais.

Fundador do Telegram está na mira do Pegasus desde 2018

Durov acredita que está na mira do Grupo NSO, empresa que desenvolveu o Pegasus, há 3 anos. "Desde 2018, estou ciente de que um dos meus números de celular foi incluído em uma lista de possíveis alvos desse tipo de ferramenta de vigilância (apesar de uma fonte do Grupo NSO negar isso)", escreveu o fundador do Telegram .

Ele afirma que não há escapatória do hack : o Pegasus usa backdoors em apps do iOS , como iMessage, Fotos e Apple Music, e do Android para invadir dispositivos. Foram mais de 50 mil vítimas — dentre elas, 14 chefes de Estado, como o presidente da França, Emmanuel Macron, e o mandatário da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

As investigações acerca do software de espionagem revelam que dezenas de governos ao redor do mundo usam o Pegasus para espionar ativistas e jornalistas. Isso também é destacado por Durov em sua publicação.

Pavel Durov culpa Apple e Google por backdoors

Entretanto, o fundador do Telegram dá um passo além: ele culpa o duopólio de Google e Apple pelos backdoors em aplicativos de iOS e Android: "De acordo com as revelações de Snowden em 2013, tanto a Apple quanto o Google fazem parte do programa global de vigilância que implica que essas empresas devem implementar backdoors a seus sistemas operacionais. Esses backdoors, geralmente disfarçados de bugs de segurança, permitem que agências [de inteligência] dos EUA acessem informações de qualquer smartphone do mundo".

Dubrov já disparou farpas contra a Apple, acusando-a de ser pouco transparente com a privacidade de seus clientes em acordo com a China. Agora, ele diz que os backdoors de ambas as companhias estão sendo usados não só pelos EUA, mas por outros países.

"Não acharão nada importante" diz Durov sobre invasão

A operação principal do Telegram está sediada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, não por acaso: Dubrov fugiu da Rússia temendo por sua integridade física.

Ele diz que desde 2013 não guarda informações confidenciais em seus aparelhos. Quem hackear o fundador do app não vai achar nada além de "milhares de conceitos de designs e mensagens relacionadas ao nosso produto [Telegram]".

Por fim, Dubrov faz um apelo para que governos ao redor do mundo tomem atitudes mais drásticas diante do duopólio entre Apple e Google — uma de suas principais bandeiras: "Até agora, mesmo com o atual monopólio de mercado aumentando violações e custos da privacidade e da liberdade de expressão de bilhões, representantes governamentais têm agido com lentidão. Eu espero que a notícia de que eles mesmos foram alvos de softwares de vigilância faça com que mudem de ideia".

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