Brasil Econômico

A marcha racista realizada no último sábado (11) nos Estados Unidos provocou mudanças imediatas em várias empresas de tecnologia. Após o Facebook excluir uma série de grupos supremacistas, o Spotify anunciou que irá remover músicas de cantores e bandas que incitam o ódio. A decisão foi tomada após o site "Digital Music News" listar 37 músicos supremacistas que ainda contavam com faixas na plataforma de streaming.

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Em entrevista à "Billboard", um porta-voz do Spotify afirmou que alguns músicos já foram removidos, enquanto outros estão sob análise. A exclusão de cantores e bandas da plataforma ocorre poucos dias após grupos de extrema-direita realizarem uma marcha em defesa da supremacia branca em Charlottesville. O protesto foi organizado após a cidade manifestar o desejo de remover de um parque local a estátua do general confederado Robert E. Lee.

Segundo levantamento, lentidão do Spotify atrapalha retirada de músicas em caso de discurso de ódio
Reprodução/Spotify
Segundo levantamento, lentidão do Spotify atrapalha retirada de músicas em caso de discurso de ódio

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Como lembra o site "The Verge", a presença de músicas racistas também é um problema para outros serviços de streaming. Um relatório realizado em 2014 pelo Southern Poverty Law Center apontou que ao menos 54 bandas supremacistas vendiam suas músicas no iTunes, levando a Apple a ganhar lucros com este discurso. A companhia removeu os músicos citados logo após a publicação da pesquisa.

 Ainda asim, os responsáveis pelo levantamento indicaram que o Spotify foi uma das plataformas mais lentas para realizar a exclusão. O serviço afirma que, na ocasião, não estava ciente que as bandas estavam em sua plataforma. "Adotamos uma ação imediata para remover qualquer material deste tipo assim que ele chega ao nosso conhecimento", disse o porta-voz da empresa à "Billboard".

A maioria das bandas apontadas pelo "Digital Music News" ainda está na plataforma, mas algumas delas possui apenas uma página sem nenhuma informação. Boa parte das músicas presentes na plataforma são cadastradas por gravadoras já conhecidas. No entanto, companhias menores tornam o serviço de streaming mais acessível para bandas independentes, facilitando a entrada de discursos racitas. 

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O "Verge" ainda lembra que, além da falta de revisão, o algoritmo de recomendações da plataforma permitem a proliferação de cantores e bandas supremacistas. Isso acontece quando um usuário ouve uma banda com discurso racista. Depois disso, o Spotify sugere uma série de bandas semelhantes. Segundo a "Billboard", a plataforma afirma que está trabalhando para evitar estas indicações.

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