Criadas há poucos anos, plataformas móveis começam a ser exploradas com mais frequência por hackers
"Na área de desktops, as duas principais plataformas (Windows e Macintosh) são as mesmas nos últimos 20 anos, pelo menos. As novas versões desses sistemas são aprimoramentos de plataformas já maduras. Já no mercado móvel, vimos em poucos anos o surgimento de vários sistemas, como iOS, Android e Windows Phone. São plataformas novas e que estão começando a ser explorada agora por criminosos", disse Dasher.
Smartphone não é telefone
Além da falta de maturidade das plataformas móveis, outro fator contribui para o aumento dos vírus em smartphones, o comportamento do usuário. "Muitas pessoas, mesmo aquelas com intimidade com tecnologia, ainda veem o smartphone como um telefone. Elas não enxergam esse aparelho como o que ele realmente é: um computador, com todos os componentes encontrados em um PC de mesa, sistema operacional e programas", disse Dasher.
Essa visão aparece também quando o assunto é segurança, segundo Dasher. Por enxergarem o smartphone como um telefone, muitas pessoas não veem necessidade de, por exemplo, usar um software de segurança. "Acredito que essa situação pode mudar se houver um vírus muito poderoso para smartphones e tablets. Algo que cause perdas graves tanto para empresas quanto para indivíduos. Aí sim, mais pessoas vão se preocupar mais com segurança em aparelhos móveis", afirmou.
Android é o sistema mais atacado
Segundo a McAfee, até o momento foram detectados cerca de 1.200 vírus para smartphones e tablets. Ainda é um número bem baixo quando comparado ao dos PCs. Mas o crescimento tem sido rápido e o Android, do Google, tem sido o principal alvo. "A quantidade de vírus para Android é maior do que o total de vírus para todos os outros sistemas juntos", disse Dasher.
Para garantir mais segurança no uso dos aparelhos, muitas empresas devem apostar em lojas de aplicativos próprias nos próximos anos. Assim, o funcionário só poderia baixar em seu celular corporativo aplicativos já verificados pela empresa. Segundo Dasher, as lojas de aplicativos corporativas devem se tornar mais populares nos próximos anos.
Virtualização pode ser caminho
Uma tendência apontada por Dasher é a virtualização dos smartphones, principalmente no ambiente corporativo. "Com a virtualização, o sistema operacional do smartphone rodaria nos servidores da empresa. Isso poderia, em tese, aumentar o grau de segurança desses aparelhos", disse.
Dasher, no entanto, observou que a virtualização de aparelhos móveis ainda é apenas uma possibilidade. "A virtualização traz um novo grau de complexidade para segurança e muda completamente o modelo usado hoje em dispositivos móveis", afirmou.
*O jornalista viajou a Las Vegas a convite da McAfee.