Entenda o caso Lenovo e Motorola: Moto G e Moto E continuam existindo
Marca Motorola perderá espaço para a marca Lenovo, mas não seus smartphones. Linhas Moto e Vibe vão conviver
Desde que Rick Osterloh, chefe de operações da Motorola, roubou a cena na CES 2016
com uma entrevista ao site CNET
sobre o fim da marca muito se falou sobre o assunto. Algumas verdades, outras nem tanto. A declaração recente do CEO da Lenovo, Chen Xudong, a um site chinês
de que as linhas Moto G e Moto E seriam substituídas por aparelhos da linha Vibe só criaram ainda mais confusão. Em resumo, a Motorola, enquanto marca, vai perder espaço sim, mas seu aparelhos continuarão existindo com a marca Moto. No início de 2014, o Google, então dono da Motorola, vendeu o negócio por US$ 2,91 bilhões, e assim a Motorola se tornou parte da Lenovo.
A Motorola reforça que tudo não passa de uma decisão de Marketing. "Embora, no futuro, ela não seja mais o foco de nosso marketing, a marca Motorola continuará a ser utilizada nas embalagens e em tudo que seja importante para assegurar que essa história nunca seja perdida. O legado que envolve a marca também se perpetuará por meio de nossos produtos licenciados", disse a empresa em comunicado.
Mas, é claro, que a estratégia também é fortalecer a marca Lenovo, afinal, ela é a dona de ambos os negócios. Em outras regiões do planeta, a empresa já é conhecida também por smartphones, mas no Brasil e em outras regiões como o próprio Estados Unidos a marca chinesa é ligada apenas aos computadores e tablets. Por aqui, a Motorola é forte.
No Brasil, o primeiro smartphone da Lenovo, o A 710, chegou somente no final de 2015 em um evento com a marca Lenovo e os executivos da Motorola no palco, o que causou alguma confusão na época.
Moto G e Moto E
A respeito da entrevista de Xudong sobre as linhas Moto G e Moto E, a Motorola, por meio de sua assessoria no Brasil, diz que o "comentário de Xudong à imprensa chinesa foi mal interpretado". Segundo a fabricante, o Moto G e o Moto E fazem parte do portfólio global de 2016 da Mobile Business Group (MBG), a divisão que cuida dos dispositivos móveis da empresa. Ou seja, por enquanto, não há motivos para acreditar que a Lenovo vai matar os smartphones Moto da Motorola. Muito menos no Brasil, onde o Moto G fez história e foi o aparelho mais vendido de 2014 conforme o The Wall Street Journal .
Aliás, no Brasil, pouco muda mesmo. Segundo a assessoria da empresa, Sergio Buniac continua como líder na região América Latina e de toda a estrutura da Lenovo em Mobile Business Group (MBG). Os setores de R&D, manufatura, call center e assistência técnica continuam com a estrutura que a Motorola já possui no Brasil e nada muda para o usuário. Além disso, no Brasil, vale dizer, as áres de mobilidade, MBG, e PC, da Lenovo, já atuam de forma separadas.
Globalmente, as áreas de design, engenharia e manufatura também são lideradas pelo time da Motorola Mobility desde agosto de 2015. Como subsidiária integral, a Motorola se tornou "a força motriz de design, engenharia e manufatura para todos os smartphones e wearables do Mobile Business Group. A herança de engenharia da Motorola é siginificativamente importante nesse esforço, e isto é algo que não vai mudar", dizia o comunicado enviado após a entrevista de Osterloh repercutir mundo afora.
O que muda mesmo agora é que os esforços de marketing vão focar em duas marcas globalmente: Moto e Vibe, trazendo um portfólio global de produtos mais enxuto e focado nessas duas sub-marcas. Até segunda ordem, o cliente continuará encontrando os mesmos produtos e a mesma identidade visual nas lojas e operadoras: desde 2013 a Motorola já vinha utilizando apenas o nome Moto e o logo em suas embalagens.