Cientistas descobrem, acidentalmente, como fazer baterias durarem 400 vezes mais

Nova substância usada permite recarregar aparelhos mais de 200 mil vezes perdendo apenas 5% da capacidade da bateria

Tecnologia com nano tubos de ouro revestidos em óxido de manganês, e protegidos por camada de gel de eletrólito
Foto: ig
Tecnologia com nano tubos de ouro revestidos em óxido de manganês, e protegidos por camada de gel de eletrólito

Smartphones, tablets e outros aparelhos tecnológicos necessitam de recarga de bateria – muitas vezes com maior frequência do que desejamos, não é? Hoje, a maior parte delas é feita de lítio líquido, substância que corrói a bateria e diminui a sua vida útil.

Porém, pesquisadores da UC Irvine, universidade na Califórnia, nos Estados Unidos, parecem ter descoberto uma solução que não dá “vida eterna” à bateria, mas faz com que rendam pelo menos 400 vezes mais. As informações são do site Popular Science.

Segundo descobriram de maneira acidental, ao trocar o lítio por uma mistura de nanotubos de ouro banhados em gel eletrolítico a bateria pode ser recarregada mais de 200 mil vezes e vai perder somente 5% de sua capacidade total.

A ideia original era, na verdade, fazer um componente que usasse gel eletrolítico em vez de líquido para ajudar na recarga, pois o lítio líquido é mais inflamável e sensível à temperatura. Foi então que o substituíram por um gel espesso. “Não entendemos o mecanismo completamente ainda”, admitiu Reginald Penner, líder da pesquisa.

A tecnologia usada nas baterias Irvine possui nanotubos de ouro, cuja espessura é de uma bactéria, revestidos em óxido de manganês, e são protegidos por uma camada de gel eletrolítico. Ele interage com o revestimento de óxido do metal que previne a corrosão. Quanto maior o fio, maior a área de superfície e, portanto, mais carga pode conter. Outros cientistas têm tentado a experiência com nano tubos por muitos anos, a introdução do gel protetor diferenciou o trabalho da UC Irvine de outras pesquisas.

“O gel faz mais do que apenas manter os fios juntos. Parece que, na verdade, faz com que o óxido de metal resista mais, fique mais macio e mais resistente a defeitos”, explicou Penner.

Apesar do avanço das descobertas, o uso comercial da bateria 400 vezes mais resistente ainda não é viável, uma vez que o protótipo usado nas pesquisas possui dois cátodos, diferentemente das baterias comuns que possuem um ânodo e um cátodo. Além disso, o pouco ouro usado tornaria uma bateria muito cara para a produção. Porém, os cientistas acreditam que outros metais, como o níquel, poderiam substituir o ouro.