Facebook vive dilema por criptografia semelhante a usada no WhatsApp

Criptografia impediria funcionamento de projeto de assistente virtual que analisa mensagens enviadas pelos usuários

Criptografia de ponta-a-ponta é usada no WhatsApp
Foto: PA/BBC Brasil
Criptografia de ponta-a-ponta é usada no WhatsApp

O Messenger, aplicativo de mensagens do Facebook, deve aumentar o nível de proteção da mensagens enviadas pelos usuários. A ideia é oferecer ao usuário a opção de manter conversas sob criptografia de ponta-a-ponta, como o que já acontece no WhatsApp. O recurso impediria que autoridades, hackers e o próprio Facebook tenham acesso a conversas dos usuários.

De acordo com o The Guardian , três pessoas ligadas à rede social confirmaram que o recurso será desligado por padrão. Isso porque a criptografia de ponta-a-ponta pode se tornar um problema para outro plano da rede social. O Facebook está desenvolvendo uma plataforma onde o usuário contará com a ajuda de assistentes virtuais em tarefas do dia a dia como comprar passagens aéreas, pedir pizza ou chamar um Uber. Entretanto, o robô precisa ter acesso às mensagens enviadas pelo usuário para funcionar corretamente.

O conflito entre os dois planos coloca a rede social em um grande dilema: ao mesmo tempo em que usuários esperam que as empresas tenham menos acesso às suas informações pessoais, a demanda é por serviços que possam atender necessidades individuais.

Em sua conferência anual de desenvolvedores, o Google anunciou um serviço semelhante. O Allo  analisa as conversas do usuário até chegar ao ponto de adivinhar a próxima mensagem. O aplicativo compreende o estilo de escrita da pessoa e sugere respostas rápidas que ele imagina que será escrito. O serviço ainda pode indicar informações disponíveis no Google de acordo com o assunto da conversa.

Os debates sobre criptografia se tornaram centro de atenções desde a disputa judicial entre Apple e FBI . No Brasil, o WhatsApp foi alvo da Justiça por não compartilhar mensagens trocadas por suspeitos em uma investigação. Questionado pelo jornal britânico, o Facebook não confirmou ou negou os rumores. Apesar disso, a decisão da plataforma deve influenciar o caminho a ser seguido por outras empresas.