Internet influenciará mais que TV nas eleições de 2018, apontam especialistas

Fábio Gouveia da UFES explica que, diferente de meios tradicionais de comunicação como rádio e TV, os internautas têm o “papel de filtros disseminadores”, com o poder de repassar ou reter as mensagens recebidas

Confira as vantagens e as desvantagens em se ter uma população mais ativa na internet durante campanha eleitoral
Foto: Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE
Confira as vantagens e as desvantagens em se ter uma população mais ativa na internet durante campanha eleitoral

Começa nesta quinta-feira (16) a divulgação oficial da  propaganda eleitoral  e, de acordo com especialistas entrevistados pela Agência Brasil,   o papel da internet nessas eleições será mais decisivo do que nunca, apresentando uma nova maneira de se fazer campanha eleitoral no País.

Os pesquisadores explicam ainda que, diferente da televisão e do rádio, que veiculam o horário eleitoral gratuito, na internet, a comunicação com eleitores é individualizada e interativa, permitindo ao eleitor comentar ou encaminhar o conteúdo de campanha eleitoral . Enquanto que nos canais abertos de TV e estações de rádio, essa interação não é viável.

Diante desse cenário, o estatístico e doutor em psicologia social, Marcos Ruben, aponta que as mensagens de conteúdo eleitoral encaminhadas por meio de plataformas como o Facebook e o WhatsApp serão mais influentes do que aquelas vistas na televisão.  

Complementando o raciocínio, o coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Fábio Gouveia, diz que os usuários “assumem papel de filtros disseminadores”, ou seja, com o poder de repassar ou reter as mensagens com quem estão conectados.

Para o professor titular do Instituto de Psicologia da USP, Christian Dunker, a  internet também pode assumir  um papel educacional nesse contexto, uma vez que a tecnologia viabiliza a informação de uma forma mais crítica para uma grande camada da população que estava excluída do debate político.

Dunker pontua que “isso [internet] ajuda a entender as formas de tratamento, usos de imagem, estratégias de retórica intimidativa e bipolarizando [hoje verificados] que eram menos acessíveis quando tínhamos a campanha baseada na televisão”.

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Maior papel da internet na campanha eleitoral e os custos

Foto: shutterstock
Especialistas apontam que internet terá mais influência na campanha eleitoral dos presidenciáveis em 2018

As temíveis fake news , deformação de mensagens, difamações generalizadas e manifestações de ódio e intolerância podem ser potencializadas este ano, apontam os pesquisadores da área.

Além disso, o especialista em gestão de crises de imagem, Mário Rosa, atenta que o disparo no WhatsApp não pode ser monitorado. “Podem atacar e não vai dar para saber qual a origem dos ataques. O objetivo da campanha eleitoral não é informar, mas convencer”, alertou.

Em relação às consequências, Christian Dunker não afasta a possibilidade, especialmente ao fim da campanha, de serem divulgados fatos políticos que possam “vampirizar candidaturas e interferir nos resultados”.

Para se ter uma ideia sobre quantas pessoas podem ser influenciadas pela internet durante a campanha eleitoral , há pelo menos 127 milhões de brasileiros no Facebook, enquanto que o WhatsApp conta com mais de 120 milhões de usuários.

*Com informações da Agência Brasil