Facebook adia divulgação de resultados para Zuckerberg participar de audiência

Empresa também processa regulador antitruste da UE por excesso de pedidos de dados

Facebook adia divulgação de resultados para Zuckerberg participar de audiência
Foto: Reprodução
Facebook adia divulgação de resultados para Zuckerberg participar de audiência

O Facebook disse nesta segunda-feira que adiou a divulgação de seus resultados do segundo trimestre em um dia, para 30 de julho, para permitir que o presidente-executivo Mark Zuckerberg compareça a uma audiência no Congresso dos Estados Unidos . A audiência, a menos de 100 dias das eleições, também incluirá os chefes do Google , de propriedade da Alphabet, da Amazon e da Apple , e está marcada para 29 de julho.

A comissão judicial investiga possíveis abusos de posição dominante pelo Google , Amazon , Facebook e Apple (também conhecidos como GAFA) e a relevância das leis antitruste existentes e sua aplicação. Sundar Pichai (Alphabet, controladora do Google), Tim Cook (Apple), Mark Zuckerberg (Facebook) e Jeff Bezos (Amazon) aparecerão por videoconferência devido à pandemia do novo coronavírus ( Sars-Cov-2 ).

Em um contexto de desconfiança geral em relação ao Facebook , os políticos podem ser tentados a atacar especialmente a rede social, que eles acusam de negligência na moderação do conteúdo e de ter muita influência nas campanhas eleitorais.

"Essas audiências servem essencialmente aos membros do Congresso para designar os culpados e fazer discursos para seu círculo eleitoral", diz Douglas Melamed, professor de direito da Universidade de Stanford , "mas desta vez pode ser diferente".

Durante o ano passado, foram iniciadas investigações do GAFA também pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos , pela agência de proteção ao consumidor e pelos estados.

Além do elenco atraente, alguns analistas se perguntam se é uma boa ideia colocar tantas empresas diferentes no mesmo pacote. Amazon e Apple são investigadas por práticas anticoncorrenciais, enquanto a Google e Facebook capturam a maior parte da receita global de publicidade digital.

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As interações do usuário com seus serviços "gratuitos" permitem criar perfis de consumidores e vender espaço de anúncio muito específico em larga escala.

Mas o grupo das big techs tem coisas em comum. Nascido no oeste americano, expandiu muito mais seus principais negócios, da nuvem ao entretenimento, com novos projetos e aquisições. Acima de tudo, as empresas são mestres na arte de coletar e usar dados pessoais, o motor da economia digital.

Difícil para outros atores competirem nessas condições.

Os congressistas devem, portanto, determinar se a posição dominante das quatro gigantes foi obtida graças a práticas ilegais. Ao contrário das autoridades europeias, os Estados Unidos têm sido bastante cautelosos sobre esse assunto.

Processo

Em paralelo à investigação dos parlamentares americanos, o Facebook decidiu entrar com um processo contra reguladores antitruste da União Europeia por entender que eles estão pedindo mais dados do que o necessário em investigações envolvendo a empresa, afirmou a gigante de mídia social nesta segunda-feira.

"A natureza excepcionalmente ampla dos pedidos da Comissão significa que deveríamos entregar documentos predominantemente irrelevantes que nada têm a ver com as investigações da Comissão, incluindo informações pessoais altamente sensíveis, como informações médicas dos funcionários, documentos financeiros pessoais e informações privadas sobre familiares de funcionários", afirmou o advogado do Facebook, Tim Lamb .

"Acreditamos que esses pedidos devem ser analisados pelos tribunais da UE".