Metaverso mudará cérebro humano, diz especialista

Marcelo Lacerda, presidente do conselho da Magnopus discutiu potencial do metaverso no Palco do Conhecimento, na Rio Innovation Week

Metaverso mudará cérebro humano, diz especialista
Foto: Unsplash/Martin Sanchez
Metaverso mudará cérebro humano, diz especialista

Considerado a próxima camada da realidade, o metaverso já deixou de ser visto como um hype pelas empresas de tecnologia e será, de fato, o novo estágio da internet entre os próximos cinco e vinte anos, segundo especialistas que participaram das discussões do painel "O metaverso e o futuro do entretenimento", no Palco do Conhecimento, na Rio Innovation Week, neste domingo.

Marcelo Lacerda, cofundador do Terra Networks e presidente do conselho da Magnopus - empresa de desenvolvimento de algoritmos em computação gráfica que presta serviço para companhias como Apple e Disney -, avalia que o metaverso pode ser entendido como uma aplicação da vertical da computação espacial, segmento que tem crescido nos ultimos anos no setor tech.

Ele cita o exemplo da tecnologia chamada de “gêmeo digital”, que hoje permite representações virtuais em 3D de espaços e objetos físicos, como uma das frentes mais avançadas que tem ajudado a desenvolver o metaverso no campo da indústria do entretenimento.

No limite, Lacerda prevê que essa realidade imersiva trará uma “ampliação cognitiva” em trinta anos:

"Estamos vendo o início dessa nova jornada que mudará a cognição humana em talvez cinco, dez ou vinte anos. O metaverso vai trazer uma ampliação cognitiva. É quase como a invenção da linguagem, que foi criada há 100 mil anos atrás. Essa fusão começou com o transistor (chip semicondutor) nos anos 1950 e vai nos levar para um ambiente de vida humana, em que parte é sintética e outra parte é física. E a parte sintética não é menos real do que a física."

Se o metaverso teve seu ponto de partida no universo dos games, dada a capacidade imersiva e interativa dos jogos on-line, Marcos Wettreich, fundador e CEO do iBest, projeta que o metaverso deixará de ser algo restrito ao ambiente dos jogos no futuro:

"Essa distinção entre game e não-game vai deixar de haver. O que você chama de games você vai ver na sua vida toda. Todas as empresas vão migrar para o metaverso porque os negócios vão passar para lá e você vai poder escolher a sua realidade - desde como vai ser a sua casa virtual, o seu quarto, o seu lugar de trabalho. Você vai transpor para um mundo novo que você vai escolher o mundo e vai sentir isso. "

Para Batman Zavareze, curador do Festival Multiplicidade, é questão de tempo até que os wearables (dispositivos eletrônicos, como óculos de realidade virtual) se tornem mais atraentes para os consumidores:

"A tecnologia vai se invisibilizar. Essa coisa incômoda de estar numa reunião e alguém de repente puxar o celular e entrar em outro canal, isso vai ser uma coisa mais onipresente do que já é e vai se invisibilizar", diz o diretor de arte da 27+1.