Google é condenado a abrir lojas de aplicativos para terceiros no Android

Após caso Epic Games, empresa também deverá conceder aos rivais acesso ao catálogo completo de aplicativos disponíveis no Google Play

Big Tech terá que permitir a distribuição de lojas de aplicativos de terceiros dentro da Google Play Store pelos próximos três anos.
Foto: Getty Images
Big Tech terá que permitir a distribuição de lojas de aplicativos de terceiros dentro da Google Play Store pelos próximos três anos.

O Google foi condenado a abrir sua loja de aplicativos Android para concorrentes. A decisão foi proferida pelo juiz James Donato nesta quarta-feira (4), no caso Epic Games contra a empresa. 

A Big Tech terá que permitir a distribuição de lojas de aplicativos de terceiros dentro da Google Play Store pelos próximos três anos. 

A empresa também deverá conceder aos rivais acesso ao catálogo completo de aplicativos disponíveis no Google Play, exceto se os desenvolvedores decidirem individualmente não participar.

Segundo o site The Verge , A decisão pode transformar o mercado de aplicativos Android, que até agora era amplamente dominado pelo Google, especialmente se não for suspensa por uma possível apelação da empresa. O processo foi movido pela Epic Games, que acusou o Google de manter um monopólio ilegal sobre a Play Store.


Confira outras atribuições do Googles


A partir de 1º de novembro de 2024 até 1º de novembro de 2027, o Google também será obrigado a:

– Deixar de exigir o uso do sistema Google Play Billing para aplicativos distribuídos na Play Store;
– Permitir que desenvolvedores informem os usuários sobre outras formas de pagamento;
– Autorizar que desenvolvedores criem links para download de seus aplicativos fora da Play Store;
– Deixar que desenvolvedores definam seus próprios preços, sem a obrigatoriedade de usar o sistema de faturamento do Google.


Por outro lado, o Google estará proibido de:

– Compartilhar receita com qualquer empresa que distribua aplicativos Android;
– Oferecer dinheiro ou benefícios para desenvolvedores lançarem seus apps primeiro ou exclusivamente na Play Store;
– Oferecer incentivos a fabricantes de dispositivos ou operadoras para pré-instalar a Play Store em detrimento de lojas rivais.


Política de monitoramento


A Epic Games argumentou com sucesso que o Google estabeleceu uma série de acordos com desenvolvedores, fabricantes e operadoras que impossibilitavam o surgimento de concorrentes no setor. O juiz Donato reconheceu que, ao remover esses obstáculos e incentivar a concorrência, lojas de aplicativos rivais poderão finalmente ganhar espaço no mercado.

Apesar da abertura para novas lojas de aplicativos, o Google manterá algum controle sobre segurança e proteção. A liminar diz que o Google pode “tomar medidas razoáveis” que sejam “estritamente necessárias e estritamente adaptadas” e que sejam “comparáveis” à forma como atualmente policia a Google Play Store. O Google também poderá cobrar uma taxa por esse policiamento.

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A Epic argumentou repetidamente que o Google não deveria ser capaz de impedir lojas de aplicativos de terceiros por meio do policiamento, então é provável que ambas as empresas continuem com a briga judicial.

O Google tem oito meses para implementar essas mudanças, e qualquer disputa será supervisionada por um comitê técnico formado por três pessoas escolhidas em conjunto pela Epic e pelo Google.


Outras exigências 


Embora a Epic Games tenha saído vitoriosa em grande parte, a empresa não conseguiu garantir todas as suas exigências. A desenvolvedora queria que o Google fosse obrigado a abrir a Play Store por seis anos, ao invés de três, além de outras concessões. No entanto, o juiz Donato argumentou que um período de três anos seria suficiente para permitir que a concorrência se desenvolvesse, sem impor restrições excessivas ao Google.

“As disposições são projetadas para nivelar o campo de jogo para a entrada e o crescimento de rivais, sem sobrecarregar o Google excessivamente”, disse o juiz do caso.

O Google já anunciou que pretende recorrer da decisão, afirmando que as mudanças causarão “uma série de consequências não intencionais que prejudicarão os consumidores, desenvolvedores e fabricantes de dispositivos americanos”. 


Entenda o caso


A Epic processou o Google em 13 de agosto de 2020 — o mesmo dia em que processou a Apple, após pedir a remoção do Fortnite da App Store .

Em agosto, o juiz Donato alertou que o Google “pagaria por seu comportamento” e que ia “derrubar as barreiras”. 

Ainda não está claro se o Google terá que seguir imediatamente as exigências do tribunal, embora a liminar entre em vigor em 1º de novembro. A empresa já prometeu apelar o veredito e agora está aparentemente buscando uma suspensão imediata.

A Epic entrou com um segundo processo contra o Google (e a Samsung) há uma semana, argumentando que as empresas já estavam tentando contornar essa liminar adicionando atrito adicional para lojas de aplicativos de terceiros. O juiz Donato também deve julgar esse caso por relação com decisão anteriores. 

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