A chegada da Meta AI ao WhatsApp dos brasileiros gera dúvidas sobre a privacidade dos usuários. A nova funcionalidade , que permite respostas instantâneas, levanta a questão: a inteligência artificial (IA) pode acessar suas conversas?
A Meta afirma que a Meta AI foi projetada para priorizar a privacidade. De acordo com a empresa, as conversas no WhatsApp são criptografadas, e os dados compartilhados não são usados para publicidade ou outros fins sem autorização. A Meta assegura que não utiliza postagens privadas para treinar seus modelos de IA.
Entretanto, a interação com a Meta AI não está sujeita ao mesmo nível de criptografia que as conversas privadas. A empresa admite que pode usar os dados trocados com a IA para aprimorar suas respostas. Para treinar a inteligência artificial, a Meta utiliza dados licenciados, informações de seus produtos e serviços, além de dados públicos disponíveis online.
Em seu site, a Meta reforça: "Não treinamos esses modelos usando postagens privadas das pessoas. Também não usamos o conteúdo de suas mensagens privadas com amigos e familiares para treinar nossas IAs".
O que isso significa?
Isso significa que dados de postagens públicas no Instagram e Facebook podem ser utilizados, assim como informações compartilhadas ao interagir com a IA.
A IA pode armazenar informações sobre interações passadas, como preferências pessoais, para melhorar as recomendações futuras. Por exemplo, se você mencionar que gosta de algum tipo de comida, a IA pode lembrar disso para sugerir restaurantes quando perguntado.
A Meta também analisará mensagens enviadas à IA para aprimorar seus serviços e realizar pesquisas. Com mais de 2 bilhões de usuários em suas plataformas, a empresa se torna um grande laboratório para o treinamento de IA.
O lançamento da Meta AI no Brasil enfrentou atrasos devido a preocupações com a privacidade. A ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) havia suspendido a política de privacidade da Meta, impedindo o uso de dados de brasileiros para treinar modelos de IA.
Essa sanção resultou de alegações de que a Meta estava utilizando dados de contas do Facebook e Instagram sem a devida autorização. O lançamento, que estava programado para julho, foi realizado apenas em outubro, após a empresa se comprometer a ser mais transparente sobre o uso de dados pessoais. A Meta agora deve fornecer alertas mais claros e informações por e-mail sobre como utiliza as informações dos usuários.