Google aposta na segurança cibernética e adquire Wiz por US$ 32 bilhões

O Google comprará a startup americana de segurança cibernética Wiz por 32 bilhões de dólares (182 bilhões de reais), uma aposta importante do gigante da internet para acelerar seus passos...

Google alcançou um 'acordo definitivo' para a aquisição da companhia americana de segurança cibernética Wiz por 32 bilhões de dólares, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira (18)
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Google alcançou um "acordo definitivo" para a aquisição da companhia americana de segurança cibernética Wiz por 32 bilhões de dólares, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira (18)
Josh Edelson

O Google comprará a startup americana de segurança cibernética Wiz por 32 bilhões de dólares (182 bilhões de reais), uma aposta importante do gigante da internet para acelerar seus passos na computação à distância (na nuvem).

A transação será feita inteiramente em dinheiro e deverá ser concluída em 2026, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira.

Esta é a maior aquisição até o momento feita pelo Google e sua matriz Alphabet, que reforça a sua presença no campo da segurança cibernética, considerado um mercado em crescimento.

Em 2022, o Google já havia adquirido outra empresa de segurança cibernética, a americana Mandiant, por 5,4 bilhões de dólares (27,8 bilhões de reais em valores de 2022).

Até agora, a maior transação do grupo com sede em Mountain View, Califórnia, havia sido em 2012, quando comprou a Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões (R$ 25,5 bilhões na cotação da época).

Fundada há apenas cinco anos, a Wiz já havia sido abordada pelo Google em 2024, mas seu conselho de administração rejeitou a oferta, estimada por vários veículos de comunicação dos EUA em US$ 23 bilhões (cerca de R$ 142 bilhões na cotação da época).

Em uma mensagem interna aos funcionários da empresa com sede em Nova York, o CEO e cofundador Assaf Rappaport indicou que o grupo preferia se preparar para uma saída da bolsa.

Depois desse revés, o Google voltou com uma oferta significativamente maior. A gigante californiana não hesitou em colocar na mesa o dobro da avaliação da Wiz em uma recente venda de ações, no final de 2024.

- Assegurar a nuvem -

"A inteligência artificial apresenta novos riscos, mas também novas oportunidades", disse o CEO do Google, Sundar Pichai, durante uma teleconferência.

A integração do Wiz ao Google provavelmente "acelerará a capacidade das empresas de fortalecer sua segurança, ao mesmo tempo em que reduzirá custos e impulsionará a adoção da computação à distância (na nuvem)", acrescentou.

A Wiz obteve US$ 500 milhões (R$ 3 bilhões) em receita recorrente no ano passado e espera ultrapassar US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões na cotação atual) em 2025.

O crescente uso da nuvem está aumentando o risco de ataques cibernéticos, já que as empresas utilizam infraestruturas localizadas em diferentes locais.

O auge da Inteligência Artificial (IA) requer que os centros de dados proporcionem capacidade de processamento e armazenamento, o que faz com que a nuvem seja ainda mais importante.

O Google, um pequeno ator na nuvem faz apenas há dez anos, ganhou poder progressivamente, até o ponto de alcançar vendas de 43 bilhões de dólares (214 bilhões de reais em valores de 2024) nesta atividade no ano passado (+30% em um ano).

A Wiz se distinguiu por desenhar um modelo de segurança cibernética baseado no uso da nuvem, Atualmente, equipa a metade das 500 maiores empresas americanas.

"Nossa missão é ajudar a todas as empresas a assegurar tudo o que fazem e executam na nivem, seja qual for essa nuvem", disse Rappaport na coletiva telefônica. "A migração para a nuvem transformou a forma de criar software".

A Wiz foi fundada por quatro israelenses, entre eles a Rappaport, antigo membro do serviço de inteligência cibernética do Exército israelense.

Antes, os cofundadores já haviam criado uma primeira empresa, a Adallom, dedicada a proteger software remoto (SaaS), programas que utilizam as empresas através da nuvem.

Em 2015, venderam a Adallom à Microsoft por 320 milhões de dólares (1,06 bilhão de reais em valores de 2015). A Microsoft, assim como o Google, estava pisando forte na nuvem e pretendia reforçar suas medidas de cibersegurança.