Moto Z2 Force é celular poderoso, mas tem câmera que não surpreende

Aparelho se destaca por conta da alta resistência da tela graças à tecnologia ShatterShield; ausência de uma saída para o fone de ouvido é ponto negativo

Moto Z2 Force conta com tela Super AMOLED Quad HD de 5,5 polegadas leitor de impressão digital
Foto: Guilherme Parolim/Brasil Econômico
Moto Z2 Force conta com tela Super AMOLED Quad HD de 5,5 polegadas leitor de impressão digital

Apostando nos Moto Snaps como diferencial para suas concorrentes, a Motorola segue investindo em celulares modulares que permitem encaixar acessórios na traseira. Com o Moto Z2 Force, a empresa parece buscar uma fatia de mercado formada por consumidores que, para ter um produto de qualidade, aceitam gastar um pouco mais sem ter destinar uma quantia estratosférica.

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Com preço sugerido de R$ 2.499 pela própria fabricante, o Moto Z2 Force pode ser encontrado por cerca de R$ 2.049 no varejo. O aparelho tem como principal atrativo a resistência contra quedas com a ajuda da tecnologia ShatterShield, que promete não trincar nem estilhaçar a tela do aparelho. O smartphone da Motorola também conta com ótimas especificações quanto ao processamento, com um dos melhores chips do mercado.

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Por outro lado, funções aparentemente simples para um celular dessa faixa de preço deixam a desejar. A câmera, por exemplo, faz boas fotos, mas não surpreende. E quem possui fones de ouvido com fio tem que se adaptar à ausência de uma saída adequada. Para ajudar quem pensa em comprar o aparelho em uma próxima compra, o Brasil Econômico listou alguns dos pontos positivos e negativos do aparelho. Confira:

Câmera é apenas razoável

Assim como o Moto G5S Plus, o Moto Z2 Force também conta com câmera traseira dupla, que oferece mais controle sobre a foto com um aplicativo simples. Com 12 megapixels em cada sensor, é possível fazer fotos em que um dos planos fica em preto e branco ou desfocado – também conhecido como efeito bokeh. Com a ajuda do editor de profundidade da Motorola, é possível "trocar" a paisagem de fundo para dar a impressão de que uma pessoa ou um objeto está em outro lugar.

As imagens que usam o sensor de profundidade ainda entregam resultados perfeitos quando os planos não são diferenciados com facilidade, isto é, se o celular precisa diferenciar detalhes como cabelos, por exemplo. Quando o plano pode ser identificado por linhas contínuas, a edição costuma ser muito melhor.

A câmera traseira do celular da Motorola consegue fazer fotos realmente boas em locais bem iluminados quando está no modo automático. No entanto, dias nublados já são suficientes para tirar do smartphone a capacidade de retratar detalhes com nitidez. Com isso, fotos noturnas acabam apresentando um ruído indesejado, ainda mais quando o valor do aparelho é levado em consideração.

A câmera frontal, por sua vez, possui 5 megapixels e flash. Nesse caso, o resultado também é bem interessante em locais iluminados. Por conta da abertura de f/2.2, que diminui o campo de visão da câmera, pode ser um pouco difícil incluir muitas pessoas em sua selfie. O aplicativo também conta com o Modo Beauty, um recurso de edição básico voltado para suavizar a pele, além do modo HDR, que não traz grande diferença para a foto.

Visor oferece ampla resistência contra quedas

A tecnologia ShatterShield oferece cinco camadas de proteção contra quedas do celular. Nas especificações, a Motorola garante resistência contra quedas de até 1,50 metro, mas durante testes, o aparelho conseguiu resistir bravamente a alturas um pouco maiores, de cerca de 1,80 metro, sem nenhuma marca na tela. Os cantos, porém, ficam mais expostos a impactos e podem apresentar marcas.

Ainda de acordo com a tela, assistir a filmes e séries de Netflix, YouTube e outros serviços de streaming não é um problema para quem possui um Moto Z2 Force. O aparelho conta com visor de 5,5 polegadas que dá a impressão de ser ainda maior graças ao bom aproveitamento da área frontal. A resolução Quad HD (2.560 x 1.440 pixels) contribui para exibir imagens com muito mais detalhes, quando disponível.

Um dos melhores processadores do mercado

O Moto Z2 Force conta com processador Snapdragon 835, melhor chip da Qualcomm para dispositivos móveis – enquanto o Snapdragon 845 não é lançado. Com oito núcleos rodando a 2,35 GHz e 6 GB de memória RAM, o aparelho não apresenta nenhum problema para executar aplicativos realmente pesados, como jogos com gráficos mais avançados.

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Para permitir que você instale diversos aplicativos e mantenha arquivos localmente, o celular conta com 64 GB de armazenamento. O espaço pode se expandir para até 2 TB com a ajuda de um cartão de memória microSD. Nesse ponto, é importante se atentar para um ponto importante. Ao optar pelo acessório que aumenta o espaço de armazenamento, você não poderá usar dois chips de operadoras, já que a bandeja do smartphone é híbrida. Assim, é necessário escolher entre dois chips ou apenas um chip com o cartão de memória.

Design acertado apesar da lente da câmera

Seguindo a linha já tradicional do Moto Z, o smartphone tem um visual bem interessante. Ele é leve – tem apenas 143 gramas – e se encaixa bem na mão. Na parte frontal, o aparelho conta com um leitor de impressão digital que não é tão confortável quanto o presente no Moto G5S Plus, mas que oferece a mesma eficiência ao desbloquear a tela rapidamente.

Os botões de liga/desliga e de volume são exibidos no canto direito do celular e a porta USB-C fica no canto inferior. O ponto negativo é o relevo da câmera traseira. Ele é necessário para manter a qualidade de imagem quando os módulos são utilizados, mas o celular não fica totalmente estável. Neste caso, a solução é utilizar uma Moto Style Shell e deixar a traseira lisa.

Fim da linha para seu fone de ouvido?

Ainda que seja algo que algumas empresas estão apresentando há algum tempo, é impossível não citar a ausência da tradicional saída de 3,5 mm, usada para fones de ouvido. A única porta disponível no Moto Z2 Force é a USB-C, usada para o carregador. Com a decisão da fabricante, é necessário usar um fone sem fio – que se conecta via Bluetooth – ou um adaptador como o oferecido pela Motorola. O cabo extra não chega a tirar qualidade de som, mas muitos usuários podem deixar de ouvir suas músicas por esquecer o acessório.

Bateria não te deixa na mão

O Moto Z2 Force tem bateria de 2.730 mAh, quantia abaixo do apresentado por celulares bem mais baratos. Ainda assim, o consumo de energia do aparelho é baixo. Durante os testes, ele permaneceu ligado durante mais de um dia com um consumo médio. Se o objetivo é usar o aparelho para acessar as redes sociais, assistir a alguns vídeos do Youtube e executar músicas do Spotify, você não terá problemas com a bateria do aparelho.

Android quase inalterado

Como de costume, o aparelho da Motorola conta com poucas modificações no sistema operacional. Saindo de fábrica com o Android 7.1.1 Nougat, o Moto Z2 Force oferece um visual bem próximo do Android puro, com poucas modificações em ícones e demais interfaces. Em relação aos aplicativos pré-instalados, a fabricante optou por incluir somente ferramentas para melhorar a experiência com os Moto Snaps.

Conclusão

A Motorola indica que não pretende abandonar tão cedo a ideia de acessórios conectados na traseira de seus smartphones. Este é o quinto modelo da linha que, frequentemente, ganha novas opções de módulos. A decisão não é de todo errada, já que a maioria dos módulos melhora a experiência . No entanto, preços partindo na casa dos R$ 699 podem assustar boa parte dos usuários.

Quando a resistência é levada em consideração, o Moto Z2 Force cumpre o que promete. Nos testes, a tela do aparelho resistiu a quedas de, aproximadamente, 1,80 metro e apresentou danos maiores apenas nos cantos. As marcas, no entanto, não inutilizam o celular. A câmera é o ponto que chama a atenção negativamente. De um modo geral, ela entrega fotos boas, mas sem um resultado surpreendente para um smartphone avaliado em mais de R$ 2 mil.

Ficha técnica do Moto Z2 Force