Estratégia consegue reverter amnésia causada por lesão

Em novo estudo, pesquisadores fizeram com que roedores lembrassem de algumas memórias que tinham sido esquecidas por causa de impactos sofridos no crânio

Estratégia consegue reverter amnésia causada por lesão
Foto: Nathan Vieira
Estratégia consegue reverter amnésia causada por lesão

Na última terça-feira (16), cientistas de Georgetown (Guiana) conseguiram reverter a amnésia de roedores. O estudo, publicado no periódico The Journal of Neuroscience, permitiu descobrir que a amnésia gerada após um traumatismo acontece por causa da reativação inadequada dos neurônios envolvidos na formação de memórias.

Segundo o artigo, essa perda de memória não é um evento patológico permanente causado por uma doença neurodegenerativa, e a ideia foi inclusive descobrir como reverter a amnésia para permitir que os ratos recuperassem a memória perdida, possibilitando que o comprometimento cognitivo causado pelo impacto na cabeça fosse clinicamente revertido.

Os cientistas defendem que o cérebro se adapta a repetidos impactos na cabeça, alterando o funcionamento das sinapses funcionam — o que pode causar problemas na formação de novas memórias e nas memórias já existentes.

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No estudo, os pesquisadores conseguiram fazer com que os ratos se lembrassem de memórias esquecidas devido a impactos na cabeça. Para chegar a isso, os cientistas deram a dois grupos de roedores uma nova memória, treinando-os num teste que nunca tinham visto antes.

Um grupo foi exposto a uma alta frequência de impactos leves na cabeça durante uma semana e o outro grupo (controle) não recebeu os impactos. Os ratos impactados não conseguiram recuperar a nova memória uma semana depois.

Neurônios e amnésia

Os pesquisadores também analisaram os neurônios envolvidos na aprendizagem de novas memórias, e descobriram que estavam igualmente presentes tanto nos roedores do grupo controle como nos que sofreram os impactos na cabeça.

Os pesquisadores conseguiram reverter a amnésia para permitir que os ratos se lembrassem da memória perdida usando lasers para ativar as células específicas desses neurônios.

A equipe reconhece que por enquanto não é possível utilizar a técnica em humanos, mas que atualmente estuda uma série de técnicas não invasivas para tentar comunicar ao cérebro que ele não está mais em perigo e tentar redefinir o cérebro ao seu estado anterior. Recentemente, pesquisadores descobriram que as primeiras memórias de vida ainda ficam em algum lugar do cérebro .

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