Descoberta causa de era do gelo extrema há 700 mi de anos
Augusto Dala Costa
Descoberta causa de era do gelo extrema há 700 mi de anos

Geólogos australianos descobriram por que uma era do gelo extrema atingiu o planeta há mais de 700 milhões de anos , mostrando como a Terra tem seu clima gerado e como ele é sensível ao dióxido de carbono. Modelos de placas tectônicas foram usados para simular a evolução da superfície terrestre e as baixas emissões de vulcões submarinos, que reduziram a quantidade de gases do efeito estufa, gerando as mudanças climáticas naturais .

Uma região vulcânica no Canadá também teve um papel importante na história — formada antes da era glacial , ela foi erodida por geleiras e pela chuva, diminuindo ainda mais os níveis de CO2 ao absorvê-los pelo ar durante o processo de erosão. O trabalho foi liderado por Adriana Dutkiewicz, da Universidade de Sidney, na Austrália.

Era do Gelo há 700 milhões de anos

Segundo a pesquisadora, a Terra congelou quase completamente na ocasião, cobrindo a superfície com gelo dos polos ao equador e diminuindo drasticamente a temperatura. O motivo teria sido as baixas emissões de dióxido de carbono vindo dos vulcões, bem como o desgaste de uma enorme pilha de rochas vulcânicas no Canadá.

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O fenômeno é conhecido como a Glaciação Sturtiana, durando 57 milhões de anos, entre 717 e 660 milhões de anos atrás, antes de dinossauros ou até mesmo plantas complexas existirem — de vida, só havia micróbios simples vivendo no mar. Modelos computacionais do programa EarthByte foram usados para compreender o motivo dessa era glacial e, especialmente, sua duração.

Um dos aspectos mais importantes da pesquisa foi a demonstração de que o clima pode mudar dramaticamente devido a processos naturais, sendo o planeta especialmente sensível a mudanças no CO2.

Uma teoria recente sugere que a Terra do futuro teria uma junção continental chamada Pangea Ultima dentro de 250 milhões de anos, podendo ser tão quente que os mamíferos não suportariam viver em seu equador e áreas adjacentes.

Os pesquisadores, no entanto, apontam o papel da geologia na Glaciação Sturtiana — a reorganização das placas tectônicas fez as emissões vulcânicas diminuírem bastante, junto ao consumo de carbono da erosão canadense.

Na época, o nível de CO2 chegou a estimados 200 partes por milhão, menos da metade dos níveis atmosféricos atuais. É possível, partindo dessa premissa, que emissões menores criadas por Pangea Ultima gerem, na verdade, uma nova glaciação. O tempo — muito, muito longo — nos dirá.

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