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A chuva no RS tem mobilizado todo o país: voluntários de todos os lugares ajudam como podem e alguns até se deslocam para as cidades atingidas pela catástrofe climática. Em meio a essa situação, é muito importante saber como se proteger para andar na enchente e se prevenir das doenças , na medida do possível.
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As imagens da enchente no RS impressionaram toda a população, e não é para menos: só entre 24 de abril e 4 de maio, a chuva chegou a 420 mm, o equivalente a um quarto do esperado para um ano (que fica em torno de 1.500).
Mais de 1,4 milhão de pessoas foram afetadas pela enchente. O último boletim, divulgado na quinta (9), apontou o registro 107 mortes por causa das chuvas.
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O número de desaparecidos chega a 134. A quantidade de pessoas desalojadas passou de 163 mil na quarta-feira (8) para 327.105 na quinta. Animais têm sido resgatados nas enchentes.
Como se proteger para andar na enchente
Nas redes sociais, Ricardo Kores — médico infectologista que conquistou a internet com seus vídeos virais sobre infecções — confessou ter recebido muitos pedidos para fazer conteúdo sobre os riscos de andar em enchentes no Rio Grande do Sul, mas que o momento exige outro tipo de mobilização: reunir esforços para ajudar as vítimas enviando suprimentos.
Assim, o influencer (que reúne em seu Instagram mais de 700 mil seguidores) usou sua voz nas redes para dar algumas dicas breves para quem vai ter contato com a água da enchente.
O Canaltech conversou com Kores para trazer um guia completo do que fazer para e proteger antes de andar na enchente.
VOCÊ VAI TER CONTATO COM ÁGUA DE ENCHENTE?
— Dr. Ricardo Kores (@DrRicardoKores) May 7, 2024
Cubra bem regiões que tenha cortes ou machucados para evitar que possa se infectar por LEPTOSPIROSE.
Use botas e calça comprida.
Só a pele, não protege.
O médico informa: "A pele não protege em caso de contato com a água suja, porque vai causando pequenas descamações e facilita a propagação de bactérias, e também a questão de ferimentos que são portas de entrada para as infecções".
Segundo Kores, durante muito tempo de exposição à água da enchente, a pele perde a sua capacidade de barreira. Um dos principais alertas é para a leptospirose, por exemplo. "A leptospirose é um 'espiral', que tem a capacidade de penetração ativa pela pele". Além da leptospirose, outros perigos podem atingir quem está na enchente, como diarreias infecciosas ou Hepatite A.
Por isso, em relação a equipamentos de proteção para andar na enchente, é preciso apostar no que der a segurança de impermeabilidade. "calças compridas e impermeáveis, luvas, tudo isso impede que a água entre em contato com o corpo".
Água e alimentação
De acordo com o infectologista, para minimizar os riscos de contrair doenças transmitidas pela água contaminada, é necessário tomar cuidado com a água que se está bebendo (a água deve ser filtrada e depois fervida ou filtrada e tratada, pode adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio de 2.5% para cada um litro de água após filtrada).
"Cuidado com o consumo dos alimentos, também. Os alimentos que entraram em contato com a água contaminada devem ser descartados, e os enlatados que conseguem preservar o conteúdo devem ser bem higienizados antes da abertura", recomenda o médico.
Sinais e sintomas
Os sintomas da Leptospirose envolvem febre, náuseas, diarreia, dor no corpo e dor de cabeça. Se aparecerem esses sinais após algum tipo de contato com água de enchente, a recomendação é procurar atendimento médico, para que assim possa receber o tratamento com antibióticos.
"Quanto mais cedo fizer o uso dessas medicações, melhores as chances de recuperação", sugere. Mas outra dica importante de Kores é que as pessoas não devem se automedicar!
"Não é recomendada a profilaxia medicamentosa [medida preventiva], porque não é 100% e a gente está com pouco estoque de medicamento. Nesse cenário, não é ideal. Esse mesmo medicamento para a prevenção é o do tratamento, então pode faltar par quem precisa de tratamento".
Assim, certifique-se de estar bem protegido caso precise andar na enchente e fique atento aos sintomas. "Salvar vidas primeiro! Em seguida tratamos infecções", afirma o especialista.
Leia a matéria no Canaltech .
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