Os membros da missão Inspiration4 , que levou quatro civis ao espaço em 2021, voltaram para a Terra geneticamente mais jovens — mas só por um tempo. A descoberta foi feita por pesquisadores da Escola de Medicina Weill Cornell, nos Estados Unidos, entre outras instituições.
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A tripulação da Inspiration4 passou apenas três dias no espaço . A estadia foi curta, mas foi suficiente para Hayley Arceneaux, diretora médica e médica-assistente da missão, coletar amostras de sangue e da pele dela mesma e dos demais membros da missão.
O material foi analisado logo após o retorno deles à Terra, e rendeu novas análises alguns meses depois. Publicados na terça (11), os resultados mostram que o ambiente espacial tem efeitos profundos no corpo humano, os quais podem ser detectados nos marcadores do sangue poucas horas após a chegada à órbita.
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Segundo os autores, os telômeros (marcadores que protegem os cromossomos e que decaem com a idade, entre outros fatores) que indicam o envelhecimento do DNA diminuíram no espaço; portanto, o DNA dos membros da missão pareceu mais jovem e mais saudável.
Os telômeros da tripulação ficaram maiores no espaço, efeito já observado em estudos com o astronauta da NASA Scott Kelly, que passou um ano em órbita. "Eles ficaram no espaço apenas por alguns dias, mas já pudemos ver as primeiras assinaturas da exposição do corpo ao voo espacial, incluindo alterações nas proteínas e na expressão gênica”, comentou Chris Mason, professor que liderou dois dos novos estudos.
Só que, após o retorno deles à Terra, os telômeros encolheram quase imediatamente — inclusive, ficaram menores do que eram antes do voo. Os autores ainda não sabem o que causou o encolhimento, mas esperam encontrar alguma forma de controlar esta resposta no futuro.
Corpo humano no espaço
Assim como acontece com astronautas que passam longos períodos no espaço durante suas missões, os corpos dos tripulantes da Inspiration4 também mostraram perda muscular e óssea, bem como maior estresse cerebral. Estes sinais de envelhecimento voltaram aos níveis normais após seis meses.
Os autores envolvidos nos novos estudos esperam que os dados obtidos contribuam para a seleção de pessoas mais preparadas geneticamente para as viagens espaciais. Ainda, as descobertas podem ajudá-los também a encontrar formas de reduzir os impactos para aqueles em situações mais desfavoráveis.
"Queremos usar esses dados para prever como as pessoas vão reagir ao espaço em nível fisiológico e molecular", disse Mason. "Eventualmente, gostaríamos de encontrar maneiras de aumentar a resposta, direcionar algumas das mudanças com algum medicamento e ajudá-las, para que não deixarmos ninguém excluído de ir ao espaço”, finalizou Mason.
Os artigos que descrevem os resultados foram publicados nas revistas Nature e Nature Communications .
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