Robô faz primeiro implante cerebral em criança com paralisia
Nathan Vieira
Robô faz primeiro implante cerebral em criança com paralisia

Nos EUA, uma criança de oito anos com paralisia recuperou parte dos movimentos graças a uma cirurgia de implante cerebral conduzida por um robô — um caso sem precedentes na história da medicina. Basicamente, um implante elétrico foi instalado no cérebro para despertar as áreas envolvidas no movimento.

A paciente, chamada Karleigh Fry, tinha danos cerebrais e não conseguia comer, andar ou mesmo sentar sozinha, mas a cirurgia permitiu que ela recuperasse parcialmente a capacidade de se mover de maneira autônoma.

Conforme os relatos dos especialistas envolvidos no procedimento, agora a criança consegue levantar os braços acima da cabeça e aos poucos está começando a mover outras partes do corpo.

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O robô operado por cirurgiões já atuou com estimuladores cerebrais antes, mas é a primeira vez que o procedimento é feito em uma criança.

Em entrevista ao Daily Mail , a neurologista pediátrica por trás do procedimento, Dra. Amber Stocco, revela que a paciente já apresenta resultados promissores: "Esperamos que este procedimento abra caminho para mais casos pediátricos em todo o mundo”.

A mãe de Karleigh, Trisha Fry, também revela ao veículo que a família viu melhorias no momento em que o implante cerebral foi ativado.

Os danos cerebrais de Karleigh vêm de uma doença hereditária chamada distonia primária.

Distonia primária

De acordo com o Ministério da Saúde, existem cerca de 65 mil casos diagnosticados no Brasil, e a estimativa é que há sete mil casos para cada um milhão de habitantes no mundo.

Mas o próprio órgão reconhece a doença como algo raro, e justamente por isso, "os dados sobre ela são escassos e também podem variar de acordo com a idade de início e região do corpo em que ocorrem os episódios".

Por enquanto, ainda não se sabe como a distonia surge exatamente, mas a Pasta aponta para a teoria de que "alterações na inibição dos impulsos nervosos e na capacidade de adaptação nas conexões dos neurônios relacionados aos movimentos podem estar ligados à origem do distúrbio".

Implante cerebral

Os médicos que operaram a garota acreditam que a condição causa padrões elétricos anormais no cérebro, especialmente em áreas relacionadas a movimentos involuntários.

Então o que aconteceu foi que os eletrodos estimulantes inseridos em seu cérebro ajudaram a interferir nas atividades anormais, restaurando os padrões normais de movimento.

O dispositivo conta com um gerador de pulsos que envia sinais elétricos às partes do cérebro que controlam o movimento do corpo. Então o objetivo é inibir conexões neurais hiperativas ou ativar conexões subativas, dependendo da condição.

O implante cerebral tem sido uma grande aposta para recuperar o movimento de pacientes com algum tipo de paralisia, e podem ir muito além, chegando a ajudar pacientes sem voz a falar .

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