O ano de 2024 alcançou uma marca mais do que terrível para a indústria de games. Em apenas seis meses, os estúdios e outras empresas ligadas a jogos já somam mais de 10 mil demissões em todo o mundo. O número impressiona, mas chama ainda mais a atenção quando visto em perspectiva: um único semestre totaliza o mesmo número de demissões de todo o ano de 2023.
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Os dados não são precisos e fazem parte de um levantamento feito pelo site Polygon juntamente com uma ferramenta criada pelo artista técnico Farhan Noor, da Obsidian, para mapear esses desligamentos. Por isso mesmo, o próprio site aponta que o cenário real deve ser bem pior, com muitos casos não contabilizados.
Entre essas 10 mil demissões registradas até agora, há episódios bem marcantes e que ilustram bem o cenário de instabilidade no mercado. Já nos primeiros dias de janeiro, a Unity cortou 25% do seu efetivo, mandando cerca de 1800 profissionais para a rua. No mesmo mês, a Riot Games demitiu 530 pessoas e a Activision Blizzard outras 1900 .
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Isso sem falar do fechamento de estúdios, como aconteceu com a Arkane Austin e a Tango Gameworks. Durante o Xbox Games Show Case, o chefe do Xbox Studios disse que essa decisão foi forçada para que o negócio pudesse ser sustentável.
O número de empregos perdidos em 2024 já é tão grande que a própria indústria buscou formas de reagir, ainda que simbolicamente, a isso.
“We love you. We miss you. We hate money.”
— Stephen Totilo (@stephentotilo) June 7, 2024
An electronic billboard from New Blood Interactive in downtown LA mourns the closure of Arkane Austin, Tango Gameworks, Roll7, Sony’s London Studio, Volition and more
“Gone but not forgotten” pic.twitter.com/1zCeD4KEEw
Durante o Summer Game Fest, o coletivo New Blood usou um outdoor eletrônico em Los Angeles para lamentar essas demissões e fechamentos. “Perdidos, mas não esquecidos”, dizia o letreiro que citava ainda a Sony London, Volition e a Roll7 e todo mundo que foi “demitido, reduzido ou tornado redundante”.
Matemática cruel
As causas dessas demissões já foram mais do discutidas à medida que a lista de desempregados aumentava. A pandemia é um fator que ainda pesa bastante, com as empresas alegando que o perfil do público mudou depois do isolamento e que isso força uma redução nas equipes.
Por outro lado, as grandes aquisições que vimos ao longo dos últimos anos, como a compra da Activision Blizzard pela Microsoft e a Embracer comprando tudo o que via pela frente também parece estar cobrando seu preço.
Apesar disso, como o levantamento do Polygon aponta, a indústria de games está longe de estar em crise. Com uma receita total de US$ 184 bilhões gerada em 2023, segundo dados da analista de mercado Newzoo, o setor voltou a crescer depois de um 2022 mais fraco. Mais do que isso, as próprias empresas vêm de bons resultados e crescimentos.
O caso da Microsoft é bem emblemático nesse sentido. A compra da Activision custou impressionantes US$ 69 bi e foi concluída em outubro de 2023 . Em janeiro de 2024, foram quase 2 mil profissionais para a rua para ajudar a pagar essa fatura.
Algo semelhante aconteceu com a Electronic Arts, que demitiu 670 pessoas em fevereiro e, pouco tempo depois, anunciava um crescimento de 2% na sua receita líquida. Já a Take-Two mandou mais de 600 pessoas para a rua após a compra da Gearbox por US$ 460 milhões.
E a perspectiva não é de melhora. Em uma reportagem do GamesIndustry publicado no início do ano, um executivo de alto escalão do setor de games, falando em condição de anonimato, revelou que a indústria deve encarar dois anos de dor, com mais demissões vindo aí.
Segundo ele, 2024 e 2025 devem ser marcados pelo fechamentos de estúdios e isso pode criar uma bola de neve ainda mais catastrófica: com mais projetos sendo cancelados, mais gente vai ser mandada embora, pressionando as empresas a reduzir custos — e a gente sempre sabe de que lado essa corda estoura.
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