Terremotos, furacões , vulcões, tsunamis e outros fenômenos naturais com impacto de destruição podem provocar a extinção de 10% das espécies de vertebrados terrestres, o que equivale a 4 mil espécies potencialmente ameaçadas no planeta. Os anfíbios estão em maior risco, em especial os que vivem em ilhas isoladas ou em regiões tropicais.
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É o que aponta um estudo internacional publicado, nesta segunda-feira (17), na revista revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) . No levantamento, os cientistas cruzaram áreas com ocorrência desses fenômenos com locais habitados por espécies em risco de extinção .
Entre os exemplos de animais que podem sumir do mapa, está o papagaio-de-são-vicente ( Amazona guildingii ), que vive na ilha São Vicente. Nesse caso, o risco está associado tanto à ocorrência de furacões quanto às erupções vulcânicas.
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Embora esses fenômenos não estejam diretamente relacionados com as mudanças climáticas e a ação humana, o aumento médio das temperaturas pode, por exemplo, aumentar a frequência de furacões, especialmente quando as águas dos oceanos se tornam mais quentes que o normal . Por isso, impedir a elevação das temperaturas é fundamental.
Risco de extinção por fenômenos naturais
Para fazer o levantamento, a equipe de pesquisadores selecionou as espécies que têm menos de mil indivíduos na natureza ou as espécies que vivem em áreas pequenas (menos de 2500 quilômetros quadrados).
Sem o habitat natural, os espécimes que sobreviverem a uma tragédia natural terão dificuldade em se reproduzir e a população não se recuperará facilmente de um evento crítico, o que aumenta as chances de extinção.
Em seguida, o grupo mapeou a ocorrência e magnitude de fenômenos naturais, como furacões, ao redor do globo. O cruzamento de dados ajudou a mapear melhor o risco real de extinção .
Segundo os autores, a região que se estende do sul do México até o norte da Argentina engloba quase 40% das espécies ameaçadas. Entre os riscos, estão os furacões que podem atingir as ilhas no Mar do Caribe e no Golfo do México.
A seguir, confira alguns dos animais possivelmente em risco de extinção:
- Tartaruga da espécie Chelonoidis donfaustoi , de Galápagos;
- Papagaio da espécie Amazona vittata , de Porto Rico;
- Ave da espécie Icterus oberi , da ilha Monserrate;
- Sapo da espécie Kaloula kokacci , das Filipinas;
- Társio ( Tarsius tumpara ), da Indonésia;
- Sapo da espécie Colostheuthus jacobuspetersi , do Equador;
- Beija-flor da espécie Chrysuronia lilliae, da Colômbia;
- Panda da espécie Ailuropoda melanoleuca , da China;
- Rinoceronte da espécie Rhinoceros sondaicus , da Indonésia.
E o Brasil?
No Brasil, existem apenas duas espécies em risco devido aos fenômenos naturais: o lagarto-da-areia ( Liolaemus lutzae ) e o sapo-de-barriga-vermelha ( Melanophryniscus cambaraensis ).
No caso do lagarto, a espécie vive na costa fluminense e o possível risco de extinção foi baseado em um tsunami de baixa magnitude que atingiu a costa do Rio de Janeiro em 2004.
Já a espécie de sapo em potencial risco vive nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e a probabilidade foi estabelecida após um furacão de baixa magnitude que atingiu a região sul em 2004.
Vale destacar que a pesquisa sobre o risco de extinção de espécies de animais contou com a contribuição de institutos de pesquisa brasileiros, como a Universidade Estadual Paulista (Unesp), o Instituto Tecnológico Vale (ITV), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Leia a matéria no Canaltech .
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