Cientistas listam vírus que podem causar pandemias no futuro
Augusto Dala Costa
Cientistas listam vírus que podem causar pandemias no futuro

Com base em uma lista de vírus compilada por cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cientistas internacionais elencaram quais teriam o maior potencial de causar uma nova pandemia — e colocando o influenza no topo dos patógenos mais preocupantes.

A pesquisa foi fruto do trabalho da Vaccelerate, rede fabricante de testes clínicos que recebe financiamento pela União Europeia, criada com o intuito de reagir a pandemias , como a do coronavírus, e desenvolver vacinas.

Foram recrutados 187 cientistas de 57 países diferentes para avaliar qual o vírus com maior potencial pandêmico , levando em conta fatores como transmissibilidade, infectibilidade, severidade e potencial de evolução.

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Vírus com maior potencial pandêmico

Segundo as avaliações dos cientistas, os 10 vírus com maior potencial pandêmico são:

Influenza

O vírus da influenza, que causa a doença popularmente conhecida como gripe , infecta mais de 500 milhões de pessoas anualmente. Segundo a OMS, entre 290 mil e 650 mil morrem da condição, que infecta pessoas por meio de gotículas aéreas, vindas de espirros, tosses e mesmo da fala.

Pandemias já foram causadas por essa categoria de vírus — é o caso da Gripe Espanhola (H1N1), que matou 50 milhões de pessoas entre 1918 e 1919, e a Gripe de Hong Kong (H3N2), levando a óbito entre um milhão e dois milhões de pessoas.

Todo inverno tem uma “época de influenza”, sendo pequenas pandemias, segundo os cientistas do estudo. Elas apenas estão sob controle, pois cada cepa do vírus não chega a ser contagiosa o suficiente para causar mais problemas.

Doença X

Já o segundo colocado, Doença X, não é um patógeno específico em si — ele representa, na verdade, uma doença “desconhecida”. Há uma série de vírus raros à espreita que ainda não afetaram os humanos por não terem, por exemplo, pulado dos animais para nós (zoonoses) .

Eventos como mudanças climáticas, alterações nos ecossistemas e urbanização aumentam as chances desses patógenos nos afetarem e começarem uma pandemia, mas sua probabilidade é difícil de se calcular. Tal vírus pode até mesmo ser conhecido e estar em uma posição mais baixa da lista, por exemplo.

Coronavírus: SARS-CoV e SARS-CoV-2

Depois vêm os coronavírus, começando com o SARS-CoV-2 — o causador da última pandemia ainda está à solta e em mutação. Graças à imunidade básica fornecida pelas vacinas, a doença não nos afeta como antes, mas 40% dos pesquisadores ainda a vê como um grande risco.

Então vem o SAR-CoV, também conhecido apenas como SARS , surgido em 2002 em Guangdong, na China, que causou uma pandemia em mais de 25 países. Sua sigla significa “Síndrome respiratória aguda grave” e, embora os sintomas sejam semelhantes aos da covid-19, transmissão e infecção são diferentes, rendendo lugares distintos na lista.

Ebola e outros vírus

O próximo é o vírus ebola, descoberto em 1976 — ele já gerou cerca de 30 surtos de pandemia, a maioria na República Democrática do Congo, onde surgiu.

Um dos fatores que impede sua transmissão em massa é o índice de fatalidade alto, variando entre 30% e 90%. Depois, voltamos aos coronavírus, com a Síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), considerado como tendo potencial pandêmico por 14% dos pesquisadores.

O vírus da zika ficou em 12%, a CCHF em 10% e Marburg em 9%, com os patógenos seguintes da lista tendo baixo potencial pandêmico. A confecção da lista serve, acima de tudo, como um lembrete tanto a governos e agências de saúde quanto à população de que pandemias continuarão a existir — e é importante que nos preparemos para tal.

Iniciativas como fabricação de vacinas, conscientização da população e pesquisas na área precisam continuar e crescer, e, na vida cotidiana, precisamos continuar lavando as mãos, evitar contatos com pessoas desconhecidas e abafar as tosses, por exemplo, de acordo com os pesquisadores.

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