Americanas | Ex-executivos venderam R$ 287 mi em ações antes de fraude
Vinícius Moschen
Americanas | Ex-executivos venderam R$ 287 mi em ações antes de fraude

Investigações da Polícia Federal apontam que ex-executivos das Lojas Americanas venderam R$ 287 milhões em ações da varejista antes da descoberta de “inconsistências contábeis” — vulga fraude — no balanço da empresa.

De acordo com informações descobertas pela Operação Disclosure, somente o ex-CEO Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali são responsáveis pela venda de R$ 230 milhões em ações — R$ 171,7 milhões e R$ 59,6 milhões.

Os ex-executivos foram enquadrados pelo crime de uso indevido de informações privilegiadas, entre outros delitos. Ocorrida nos seis meses anteriores à descoberta das inconsistências, a movimentação das ações chegou a ser comunicada para a Comissão de Valores Mobiliários, autarquia responsável por regular o mercado financeiro.

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O juiz da 10ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, Márcio Muniz da Silva Carvalho, decretou a prisão preventiva dos dois executivos, que estão fora do país — Gutierrez está na Espanha há um ano, e Saicali se encontra em Portugal.

A pena prevista é de 1 a 5 anos de prisão, além de multa com valor de até três vezes o lucro obtido nas movimentações. Como não estão no Brasil, os indiciados já são considerados foragidos.

Ex-executivos venderam ações com base em informações privilegiadas, aponta PF (Imagem: Divulgação/Americanas)

Segundo os investigadores, Gutierrez teve ação direta nas fraudes, já que participava no fechamento de resultados. Portanto, a PF apontou que ele tinha conhecimento dos resultados verdadeiros, e sabia da diferença para os fraudados, que geravam bônus milionários.

Apenas um dia após o descobrimento do rombo nas contas da Americanas, o valor das ações da empresa despencou em 80%.

Em nota oficial, a Americanas apontou que “reitera sua confiança nas autoridades, e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes”.

Já a defesa de Miguel Gutierrez apontou que ele “jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude”, e que está “colaborando com autoridades, e prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”.

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