O YouTube vem se envolvendo em uma série de polêmicas nas últimas semanas, a mais recente está relacionada ao sistema de buscas, que estaria sugerindo pesquisas de teor pedófilo para os usuários. Nesta última segunda-feira (27), a plataforma anunciou que está corrigindo uma falha na ferramenta que ocasionou esse erro. Entretanto, o problema já havia tomado proporções maiores e apenas essa medida não foi suficiente para evitar que grandes anunciantes removessem suas propagandas do YouTube.
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Segundo o portal norte-americano The Wall Street Journal, a remoção das propagandas do YouTube foi justificada porque os anúncios estarem sendo veiculados em vídeos onde crianças eram exploradas e submetidas a situações de risco. Essa não é a primeira vez que grandes marcas retiram seus anuncios da plataforma. Em março, empresas como o HSBC cancelaram diversas campanhas publicitárias no site alegando que estavam sendo colocadas em vídeos extremistas.
Exploração de crianças no YouTube
A decisão das empresas - que incluem nomes como Adidas, Mars e Diageo -, veio dias após um relatório do Buzzfeed expor diversos vídeos onde crianças eram submetidas à situações perigosas. Um porta voz do YouTube disse ao portal que medidas já estavam sendo tomadas e que "na última semana haviam sido banidas mais de 270 contas e removidos mais de 150 mil vídeos envolvendo crianças". Essas mesmas marcas já haviam pausado suas propagandas na plataforma em março e retomado semanas depois.
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O YouTube estaria ciente desse gênero de vídeos desde setembro, quando um produtor contatou a companhia para reclamar sobre esses clipes.
Comentários pedófilos
O problema se estende quando, também no dia 24, moderadores de conteúdo contaram à BBC que o sistema do YouTube que impede comentários sexuais em vídeos com crianças está com mal funcionamento desde ano passado. Foi possível identificar até mesmo adultos passando os seus números de telefone e pedindo o contato de menores de idade.
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No mesmo dia a empresa mudou o seu algoritmo que monitora o conteúdo postado no site. Isso acabou prejudicando usuários que não cometeram infração nenhuma, como o canal do youtuber Cauê Moura, Desce a Letra, que foi banido por algumas horas da plataforma devido ao erro no código. Essas falhas constantes devem ter impactos mais profundos futuramente, podendo inclusive fazer com que mais empresas removam suas propagandas do YouTube.