Anatel se comporta como advogada das operadoras de internet, diz deputado

Audiência pública na Câmara dos Deputados discutiu modelo de internet fixa com franquias de dados

Deputados presentes em audiência pública sobre o limite de dados da internet fixa criticaram o plano das operadoras de alterar o modelo vigente. “Este setor é dominado por poucas empresas, que visam o lucro”, disse o deputado JHC (PSB-AL). “A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) se comporta como advogada das empresas”, disse o deputado Paulão (PT-AL).

A prática foi anunciada no início do ano pelas operadoras, mas suspensa pela Anatel depois de revolta de usuários de internet e críticas de entidades de defesa do consumidor, que apontam ilegalidades na medida. Pelo modelo, a conexão perde velocidade ou é bloqueada quando o consumidor atinge o limite contratado.

Segundo Elisa Vieira Leonel, superintendente de Relações com Consumidores da Anatel, a franquia de dados é usada em vários países e a legislação exige apenas que o serviço não seja suspenso depois de atingida a quantidade de dados prevista no contrato.

“A banda larga é um serviço prestado pelo regime privado e a liberdade do modelo de negócios é prevista na Lei Geral de Telecomunicações. As operadoras são obrigadas a continuar a fornecer o serviço, ou cobrando adicionalmente ou reduzindo a velocidade”, explicou. Segundo Elisa, o Marco Civil da Internet permite a adoção de cobrança em função da quantidade de dados usada pelo consumidor. “Se não permitisse, diversos negócios fundamentais para a inclusão digital no País estariam comprometidos”.