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Até agora, não foi possível convencer países sobre a conveniência de se unificar os padrões de tomada
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Até agora, não foi possível convencer países sobre a conveniência de se unificar os padrões de tomada

Se você já viajou a outro país, provavelmente passou pela frustração de não conseguir ligar os seus aparelhos na tomada, porque o padrão era diferente do que o que costuma usar. Quem viaja muito deve conhecer até quatro tipos diferentes, mas existem pelo menos 14 deles, identificados por letras de A a N, segundo a Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC, na sigla em internacional).

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Já para a International Trade Administration, órgão ligado ao Departamento de Comércio do governo americano, a lista conta com 15 tipos. "Não há um número definitivo", diz Gabriela Ehrlich, porta-voz da IEC. Achou confuso? Isso já dá uma ideia de como é complicado o debate em torno padronização das tomadas .

Por que tantos tipos?

Trata-se de uma pergunta lógica – e também um pesadelo para a IEC, instituição fundada em 1906 para desenvolver uma plataforma comum na qual pesquisadores e inventores pudessem desenvolver novas tecnologias. O grupo tenta padronizar plugues e tomadas há décadas.

"Quando começamos em 1906, nos concentramos nas grandes coisas, como a geração de energia, a terminologia, etc. Eram os grandes problemas de uma tecnologia ainda muito recente", diz Ehrlich.

"As pessoas quase não viajavam, e os aparelhos eletrônicos, muito menos. As pessoas se conectavam à eletricidade com parafusos nos postes de iluminação pública. Com a popularização, cada país foi criando a sua própria solução, pouco a pouco." Nos anos 1970, os avanços nos transportes de mercadorias transformaram o comércio internacional em algo comum, mas já nessa época era muito difícil dar um jeito na confusão que se havia instalado.

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"Alguns países deram muita ênfase à proteção dos seus mercados", explica Ehrlich, que destaca que o primeiro padrão internacional para tomadas foi criado no fim dos anos 1960, mas até hoje só foi adotado por dois países: Brasil e África do Sul. E a adoção é motivo de polêmica entre brasileiros desde 2007, quando as novas tomadas começaram a chegar ao mercado. Na época, o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) decidiu unificar os mais de dez de tipos de plugues e tomadas que existiam. Em 2011, foi proibido fabricar aparelhos com outro padrão.

A nova tomada foi criada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e apresentada como mais segura, por reduzir a chance de choques elétricos. Mas foi muito criticada por consumidores, que tiveram de adaptar as suas casas ao novo modelo, assim como os fabricantes de eletrônicos para exportação, já o Brasil era o único país a usá-lo até então – a África do Sul só viria a adotá-lo em 2014.

Padrões variam de acordo com o país; modelo utilizado pelo Brasil também foi escolhido pela África do Sul
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Padrões variam de acordo com o país; modelo utilizado pelo Brasil também foi escolhido pela África do Sul


A tomada do futuro

Há vantagens de eficiência ou segurança dependendo da tomada? Ehrlich diz que não há muitas. Alguns tipos são mais seguros, outros podem ser mais eficientes em termos de custos, mas, em geral, são equivalentes.

No entanto, você deve ter notado que, no canto inferior esquerdo da imagem acima, está a foto de um cabo USB junto à pergunta: "A tomada do futuro?" É que, segundo Ehrlich, é possível que esta seja a solução para que haja no mundo um padrão único.

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"É a próxima grande oportunidade, quando houver corrente elétrica direta (diferente da corrente alternada, adotada universalmente no fim do século 19) em todo o mundo." Para isso, cabos e tomadas USB já presentes em vários dos nossos aparelhos teriam de ser adotados como padrão por países. Mas isso já é assunto para uma outra reportagem.

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