O relatório anual Norton Cyber Security Insights de 2016 divulgou um balanço onde foi apontado que cerca de 42,4 milhões de pessoas foram afetadas por algum tipo de ação hacker no Brasil, o número nos coloca em quarta posição no ranking dos países mais impactados. O estudo também calcula que houve prejuízo de US$ 10,3 bilhões por conta dessas infrações, o que equivale a R$ 32,1 bilhões.
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Embora cada vez esteja mais democratizada a ideia de que é necessário ter cuidado com o mundo digital, as pessoas continuam desatentas aos perigos hacker nos meios digitais. Com isso, resulta-se em um ambiente vulnerável a diferentes tipos de crime.
De acordo com o Professor do MBA de Marketing Digital da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, um ciberataque muito comum envolve o sequestro de dados em pequenas e médias empresas, onde as informações digitais destas ficam indisponíveis aos seus proprietários e exige-se um pagamento – via Bitcoin – para desbloqueio destas.
“As grandes empresas já dedicam uma parcela de seus orçamentos de tecnologia para segurança. Isso ainda não acontece nas pequenas e médias. Assim como no mundo ‘físico’, os criminosos procuram facilidade, então essas empresas acabam caindo nessa situação com mais frequência”, avalia Miceli sobre o cenário brasileiro.
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Perspectiva
O especialista também compartilha da opinião de que o uso mais frequente de dispositivos conectados a carros, residências e até mesmo a equipamentos de saúde garante mais oportunidades de criminosos se aproveitarem.
“Certamente [nos próximos anos] veremos a explosão de número de elementos conectados. Bombas de insulina, cardioversores, marca-passos estarão conectados. Aceleradores e pilotos-automáticos de automóveis, controles de casa como aparelhos de ar-condicionado e fogões também”, exemplifica.
Recomendações
Miceli alerta que o ideal é evitar abrir e-mail de remetentes desconhecidos. “Configure o link aberto pelo e-mail que receber e verifique se ele é realmente da empresa que diz ter enviado”, o especialista ainda recomenda que o usuário não instale nada sem saber da procedência.
A ausência de malícia nesse ponto pode resultar no preenchimento/recadastramento de senha de banco para uma fonte ilícita e passar as informações às pessoas mal intencionadas.
Elabore senhas longas. O método inibe que terceiros não autorizados utilizem seus dispositivos. Além disso, muitos caracteres em um código de segurança são úteis porque evita um ataque chamado “força bruta”, onde um programa testa individualmente todas as alternativas possíveis de senha.
Ter o hábito de efetuar backups é muito positivo também. Assim, se algo for perdido será mais fácil de recuperar e o prejuízo de informações será inferior.
Outros pontos críticos em relação aos crimes cibernéticos é em relação às ameaças voltadas para meios de pagamento, à Nuvem, à Internet das Coisas (IoT) e aos dispositivos móveis, alerta Miceli sobre o quê deve ser intensificado em 2017 no mundo hacker.
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