Em abril deste ano, os vencedores do Qualcomm Tricorder XPRIZE foram anunciados: com mais de 300 equipes, Final Frontier Medical Devices e o Dynamical Biomarkers Group foram os dois dispositivos que nos colocaram onde ninguém esteve antes. O concurso foi inspirado pelo “ Tricorder ” médico da série Star Trek (ou Jornada nas Estrelas), dispositivo portátil que pode checar sinais vitais e diagnosticar uma série de doenças, ao simplesmente ser “varrido” pelo paciente. Essa visão do futuro – sem testes invasivos e rápido, com resultados assertivos – tem agora avanços tecnológicos reais, fora da ficção científica.
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O trabalho dos times premiados focou na integração de múltiplas tecnologias em um mesmo dispositivo. De acordo com os juízes, ambos os dispositivos quase encontraram os benchmarks
capazes de identificar 13 doenças diferentes, incluindo anemia, diabetes, doença pulmonar, pneumonia e infecções urinárias. De fato, esses dois vencedores chegaram perto de combinar as múltiplas funcionalidades do Tricorder do Star Trek
, que é caracterizado por ter um sistema de diagnóstico único.
Final Frontier Medical Devices and Basil Leaf Technologies ganhou o primeiro prêmio com o seu dispositivo DxtER. Isso é na realidade um equipamento iPad de Inteligência Artificial que usa sensores não invasivos para coletar dados químicos, funções biológicas, e sinais vitais do corpo. O segundo lugar foi para o Dynamical Biomarkers Group, que produziu três módulos dispositivos portáteis de teste: Smart Blood-Urine Test Kit (em tradução livre: Kit inteligente de teste de sangue e urina), Smart Vital-Sense Monitor (em tradução livre: Monitor inteligente de sinais vitais) e o Smart Scope Module (em tradução livre: Módulo Inteligente de Escopo), sendo que essas conexões dos módulos à smartphones permite a analise sangue, urina, aparência da pele e sinais vitais.
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Diagnósticos instantâneos por meio de portáteis
Então, nós estamos ganhando um Tricorder real? Definitivamente – mas tem alguns obstáculos que precisamos esclarecer. Por exemplo, enquanto os dispositivos de monitoramento de sinais são muito avançados, o processamento de dados que eles mesmos coletaram requer software, e é aí que está o problema em ter apenas um portátil. Similarmente, dispositivos de imagem estão melhorando rapidamente – mas de novo, para fornecer avaliações precisas de imagens, é necessário um software para reconhecer padrões.
Os avanços tecnológicos de um laboratório em um chip já simplificaram diagnósticos remotos, que inclusive são menos invasivos. A pesquisa atual está focada no uso de microfluidos para analisar menores quantidades de fluido intersticial e suor – eliminando assim a necessidade de procedimentos dolorosos, inconvenientes, e ocasionalmente perigosos. Enquanto isso, cientistas criaram um sequenciador portátil de DNA, que poderia ajudar a diagnosticar distúrbios genéticos, e um “detector de câncer”, que utiliza microondas que funciona sem tocar a pele. No entanto, ninguém encontrou um jeito de fazer essa tecnologia completamente portátil e integrada com todos os outros tipos de tecnologias que seriam necessárias para criar um verdadeiro Tricorder.
Um Tricorder, como o do Star Trek significaria um avanço na habilidade de campo, dando aos médicos trabalho em áreas desatendidas no mundo e uma arma nova contra problemas de saúde pública. Isso também seria um avanço para os militares e os primeiro socorristas. Enquanto o dispositivo não está pronto, nós temos todas as peças de quebra-cabeça que precisamos – é apenas necessário montá-lo juntos. E quando conseguirmos, os diagnósticos médicos precisos e potencialmente salvadores estarão a poucos segundos de distância.
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* Com tradução de futurism.com