No primeiro domingo do mês (5), um homem abriu fogo dentro de uma igreja batista em Sutherland Springs, zona rural do Texas. Usando um colete a prova de balas e um rifle militar, Devin Patrick Kelley matou vinte e seis pessoas que assistiam a missa dominical, além de ferir mais vinte. Segundo o governador Greg Abbot, o caso do "atirador do Texas" é o pior ataque a tiros da história do estado.
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O FBI começou a investigar o atirador do Texas imediatamente, entretanto, eles logo se depararam com um problema. Segundo o agente especial Christopher Combs, em entrevista coletiva promovida dois dias depois do ataque, a agência de inteligência norte-americana estaria tendo dificuldades em acessar o iPhone de Kelley, que poderia conter informações valiosas que ajudariam as investigações. Mas na última quarta-feira (8), a Apple surpreendeu as autoridades oferecendo ajuda para desbloquear o aparelho.
Ajuda da Apple
Não foi oferecido assistência para quebrar o código de segurança que protege o dispositivo de Kelley - coisa que a Apple já havia declarado anteriormente que nunca faria -, mas uma série de dicas de como os investigadores poderiam tentar burlar a criptografia da empresa foram dadas. Uma dessas dicas seria usar o dedo do atirador para tentar desbloquear o aparelho pelo TouchID (sistema de reconhecimento de impressões digitais do iPhone), outra sugestão seria que o FBI expedisse uma ordem judicial para acessar os backups do dispositivo presentes no iCloud de Kelley.
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Segundo a agência de notícias Reuters, em nenhum momento a Apple teria sido contatada para auxiliar nas investigações e teria tomado a iniciativa de entrar em contato com o FBI espontaneamente após a coletiva de imprensa de Combs.
Essa atitude não era esperada pelos investigadores pelo fato de que a Apple, até então, se negava a cooperar em investigações que envolvessem a criptografia dos seus dispositivos. Em 2015, o FBI ordenou que a empresa decodificasse o iPhone de um atirador que havia matado 14 pessoas em São Francisco. Na ocasião, o CEO, Tim Cook se negou, alegando que a ordem tinha "implicações que iam muito além do caso em questão". Um dos principais motivos por trás dessa decisão seria a suspeita que as autoridades poderiam usar as informações obtidas em uma possível espionagem de outros usuários.
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A Apple foi elogiada por muito usuários no Twitter, que afirmaram que o fato da empresa estar disposta a colaborar de algum modo nas investigações já era um avanço em relação a atitude anterior.