Dois grandes acionistas pediram para que a Apple estude com mais atenção o impacto do vício em smartphones no desenvolvimento das crianças. Em uma carta aberta publicada nesse último sábado (6), eles afirmaram que a empresa precisa disponibilizar mais ferramentas que auxiliem os pais a garantir que o uso dos dispositivos esteja sendo feito de maneira saudável.
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O centro de investimentos nova iorquino Jana Partners e o Sistema de Aposentadoria dos Professores Californianos (CalSTRS) acumulam, juntos, cerca de 2 bilhões de dólares em ações da empresa e, além de ativistas contra o vício em gadgets, ambos tem grande influência no mercado norte-americano. Enquanto Barry Rosenstein, fundador do Jana Partners, conseguiu pressionar uma rede de supermercados a ser vendida ano passado, CalSTRS é o segundo maior fundo de pensões públicas dos Estados Unidos.
As pesquisas
Na carta assinada por Rosenstein e pela diretora de governança corporativa do CalSTRS, Anne Sheehan, os dois investidores declaram que trabalharam junto com especialistas em desenvolvimento infantil para achar vínculos entre o uso de dispositivos eletrônicos e efeitos negativos na concentração, saúde emocional, sono e empatia. Um dos estudos citados foi o do psicólogo e professor na Universidade Estadual de São Diego, Jean Twenge, que descobriu que jovens americanos que passavam mais de três horas por dia usando esses aparelhos eram 35% mais suscetíveis a terem pensamentos suicidas do que os que usavam menos de uma hora por dia.
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A necessidade de maior monitoramento por parte dos pais em relação ao que os filhos acessam não é algo novo. A Associação de Psicologia Americana já havia realizado uma pesquisa em 2017 que revelou que 58% dos pais se preocupavam com a influência de redes sociais na saúde física e mental dos seus filhos. Já 48% dos entrevistados disseram que controlar o tempo que os filhos passavam em eletrônicos eram uma "batalha constante". A Apple foi procurada pelo portal de notícias norte-americano Techcrunch mas não se manifestou sobre o assunto.
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É possível achar exemplos dos possíveis danos que a tecnologia pode trazer a jovens até mesmo entre os famosos. A cantora e atriz Selena Gomez, 24, já afirmou que cancelou uma turnê mundial em 2016 por conta de uma terapia contra depressão e baixa autoestima, sentimentos que estariam vinculados com o seu vício em redes sociais (principalmente no aplicativo de compartilhamento de fotos Instagram).