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Facebook enfrenta o escândalo de vazamento de dados de mais de 50 milhões de usuários
Pixabay/Creative Commons
Facebook enfrenta o escândalo de vazamento de dados de mais de 50 milhões de usuários

Um memorando escrito por Andrew Bozworth, amigo do fundador da rede social Mark Zuckerberg, afirma que o Facebook estava determinado a crescer, apesar dos riscos para seus usuários. Datado de 2016, o texto escrito pelo alto executivo foi divulgado pelo site de notícias "Buzzfeed", nesta quinta-feira (29).

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"A verdade nua e crua é que acreditamos tanto em conectar as pessoas que qualquer coisa que nos permita conectar mais pessoas de maneira mais frequente é 'de fato' boa", diz o texto do arquivo. Bozworth ressalta que o princípio do Facebook poderia conquistar resultados positivos, como evitar suicídio, encontro um amor, como negativos.

" Todas as práticas questionáveis para obter contatos. Toda a linguagem sutil que ajuda a fazer com que as pessoas apareçam nos resultados de buscas de amigos. . Talvez custe uma vida ao expor alguém a bullying. Talvez alguém morra em um ataque terrorista coordenado com nossas ferramentas ". "Nós conectamos as pessoas, é por isso que todo o trabalho que fazemos para o crescimento é justificado", acrescentou o alto executivo.

Bozworth é famoso por não ter receio de falar o que pensa. No entanto, após a divulgação do memorando, ele voltou atrás nas suas declarações. "Eu discordo do texto hoje e quando escrevi. O objetivo era trazer à tona questões que mereciam discussão mais ampla com a sociedade", escreveu em sua conta no Twitter.

Zuckerberg, por sua vez, rebateu as declarações escritas no memorando e disse que Bosworth é um "líder talentoso e diz coisas provocativas" Segundo o site "The Verge", dezenas de funcionários do Facebook estão usando o chat interno para compartilhar preocupações sobre o material divulgado à mídia.

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Polemica em meio a escândalo

O vazamento desse memorando acontece em um momento sensível, o qual a rede social enfrenta o escândalo de vazamento de dados de mais de 50 milhões de usuários usados pela empresa de análise britânica Cambridge Analytica contratada para interferir no resultados da eleições dos Estados Unidos de 2016 e também do Brexit.

O caso estourou no último final de semana, quando os jornais "The New York Times" e "The Guardian" publicaram que a empresa teria violado os dados de usuários nos EUA por meio de um teste de personalidade desenvolvido por um acadêmico russo, Aleksandr Kogan.

No total, cerca de 270 mil pessoas teriam feito o teste, e Kogan teria tido acesso a dados de identidade, localização e dos contatos desses usuários, totalizando 50 milhões de pessoas. Em seguida, teria repassado essas informações para a Cambridge Analytica, em uma prática não permitida.

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A companhia foi contratada pela campanha do então candidato à Presidência Donald Trump, que hoje vê membros de seu governo e sua família suspeitos de conluio com a Rússia para beneficiá-lo nas eleições. A consultoria também teria prestado serviço a grupos pró-Brexit.

Os dados coletadas pelo teste de Kogan teriam sido utilizados para entender o comportamento de eleitores e tentar direcionar suas escolhas. A firma de consultoria foi suspensa pelo Facebook.

* Com informações da Ansa

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