O governo de Papua-Nova Guiné
anunciou nesta quarta-feira (30) que pretende bloquear o acesso
da população em todo país ao Facebook
durante um mês. A decisão, polêmica e curiosa, foi tomada com a intenção de entender o comportamento dos usuários da rede, conter a propagação das " fake news
" e ajudar a educar a população com acesso à internet.
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Segundo o ministro da Comunicação, Sam Basil, "este período vai permitir que sejam identificadas informações e perfis falsos, e usuários que divulgam conteúdo pornográfico ou pedófilo. Todos eles serão filtrados e removidos." O ministro também esperar que "isso vai fazer com que as pessoas com identidades verdadeiras tenham mais responsabilidade em usar as redes sociais."
Ainda de acordo com Sam Basil, o crescimento constante das redes sociais sempre impediu o governo de ter tempo para "refletir sobre as vantagens e desvantagens do Facebook e para educar a população". A declaração dá sinais de que o governo aproveitou uma relativa vulnerabilidade da rede social para aprovar a medida. O ministro chegou a citar o escândalo da Cambridge Analytica e deixou em aberto a possibilidade de "criar uma rede social própria".
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Polêmica internacional
A decisão de banir o Facebook está amparada pela Lei de Crimes Cibernéticos aprovada ainda em 2016 no país, mas causou polêmica internacionalmente. Há o temor de que a decisão do governo da ilha inspire novas medidas desse tipo em outros países. Vale dizer que na China, o Facebook já é bloqueado por motivo de censura.
Mas enquanto a população da China ultrapassa 1 bilhão de pessoas e representa uma fatia considerável da população mundial que o Facebook não pode atingir, a Papua-Nova Guiné tem apenas oito milhões de pessoas, mas menos de 15% delas têm acesso à internet.
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