A Huawei lançou nesta quinta-feira (19) seu mais poderoso e polêmico smartphone. O Mate 30 Pro tem especificações técnicas de ponta, sendo apresentado pela companhia como superior aos concorrentes diretos Galaxy Note 10 , da Samsung , e iPhone 11 , da Apple . Mas as dúvidas quanto ao novo aparelho não recaem sobre o hardware , mas no software . O primeiro lançamento da gigante chinesa após a imposição de barreiras comerciais pelo governo americano , como esperado, não tem aplicativos e serviços do Google instalados.
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"Devido à proibição dos EUA , não podemos pré-instalar os aplicativos do Google", afirmou Richard Yu, diretor executivo do Grupo de Negócio Huawei Consumer, acrescentando que a companhia oferece 45 mil aplicativos em sua loja própria de aplicativos.
O sistema operacional será o EMUI 10 , uma versão personalizada pela companhia do Android 10, liberado pelo Google com código aberto e, por isso, livre das sanções americanas. Mas sobre os aplicativos e serviços de Mountain View, não houve nenhuma citação durante a hora e meia da apresentação, realizada em Munique, na Alemanha.
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Assim como fez a Apple , a Huawei deu destaque ao potencial das câmeras . O conjunto, desenvolvido em parceria com a renomada Leica , tem quatro sensores, sendo duas câmeras principais com 40 megapixels — uma batizada como “Ultra-wide Cine” e a outra “SuperSensing Wide”, uma telefoto de 8 megapixels e um sensor de profundidade 3D.
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Com esse sistema, o Mate 30 Pro oferece possibilidades raras no mercado, como zoom de até 45x, sendo 3x ótico e 30x digital, time-lapse em 4K, efeito bokeh em tempo real e a impressionante câmera lenta, com 7680 quadros por segundo. Como a câmera oferece resultados com altíssima qualidade, a Huawei incluiu compatibilidade com acessórios usados por profissionais, como o estabilizador Osmo Mobile 3, da DJI , e os iluminadores Profoto C1 e C1 Plus.
Na parte frontal, além da tradicional câmera para selfies , o Mate 30 Pro possui sensor 3D de profundidade, sensor de gestos e de luz ambiente e proximidade. O sensor de impressão digital e o sistema de som ficam escondidos sob a tela. O botão de volume também desapareceu, basta dar dois toques na lateral e arrastar o dedo.
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O chip é o Kirin 990
, desenvolvido pela HiSilicon, subsidiária da Huawei
para a produção de semicondutores. Como esperado - e diferentemente do iPhone 11 -, o Mate 30 Pro
já possui compatibilidade com o 5G
e, segundo a companhia, oferece velocidade de conexão superior aos concorrentes. Em vídeo comparativo com o Galaxy Note 10+, o smartphone da Samsung
alcançou taxa de download de 985 megabits por segundo, enquanto o Mate 30 Pro foi a 1,5 gigabit por segundo.
Quanto custa?
Além da versão Pro, a Huawei lançou o Mate 30 , com especificações um pouco mais modestas. O design é um pouco diferente, com a versão Pro não tendo bordas nas laterais, que são cobertas pela curvatura da tela. No sistema de câmeras, o Mate 30 tem um dos sensores principais, o “Ultra-wide”, com 16 megapixels, em vez dos 40 megapixels da versão mais completa, além de não contar com o sensor de profundidade.
A tela do Mate 30 Pro tem 6,53 polegadas, contra 6,62 polegadas do Mate 30 . A bateria da versão Pro também é um pouco mais potente, com 4.500 mAh, contra 4.200 mAh do modelo mais simples. Ambos contam com sistema de carregamento rápido, de 40 watt, inclusive no carregamento reverso — para usar o celular como fonte de energia para outros gadgets —, com 27 watts.
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O Huawei Mate 30 Pro 5G, com 8GB de memória RAM e 256GB para armazenamento, vai custar €1199 (cerca de R$ 5,5 mil em conversão direta), enquanto a versão 4G sairá por €1099 (o equivalente a R$ 5 mil). O Huawei Mate 30 , com 8GB RAM e 128GB de espaço de memória, custará €799 (em torno de R$ 3,7 mil). Ainda não há data para o início das vendas.