A Apple pode interromper seus planos de aumentar a produção do iPhone em 10%, na primeira metade deste ano, devido ao avanço do surto de coronavírus por toda a China , informou nesta terça-feira (28) o jornal "Nikkei Asian Review".
iPhone de baixo custo pode ter produção iniciada em fevereiro
De acordo com a publicação, a empresa pediu a seus fornecedores, muitos dos quais têm unidades de fabricação na China, que fabricassem até 80 milhões de iPhones
na primeira metade deste ano.
Seriam cerca de 65 milhões de seus antigos modelos e até 15 milhões de unidades de um novo modelo de preço reduzido que planeja apresentar em março, segundo o Nikkei, que obteve informações de pessoas familizarizadas com os planos da companhia americana.
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No entanto, devido ao avanço do coronavírus, a produção em série, que deveria comelar na terceira semana de fevereiro, pode atrasar.
Praticamente todos os iPhones do mundo são fabricados na China, principalmente pela Hon Hai Precision Industry, controlada pela Foxconn, na chamada Cidade do iPhone, em Zhengzhou, e pela Pegatron, em uma unidade de montagem nos arredores de Xangai.
Cada um desses locais fica a mais de 500 quilômetros de Wuhan, no centro da China, o epicentro do surto viral , mas essa distância não os imuniza contra seus efeitos.
"Não consigo imaginar um cenário em que a cadeia de suprimentos não seja afetada", disse Patrick Moorhead, analista veterano do setor da Moor Insights & Strategy, em entrevista à Bloomberg.
"Se houver um grande problema de matérias-prima, fabricação, montagem, teste e remessa, haverá uma interrupção ", acrescentou.
A Apple, com sede em Cupertino, na Califórnia, que registrou mais de US$ 142 bilhões em vendas de iPhone no ano fiscal de 2019, lançou versões de smartphones mais baratos para atrair compradores e conter o declínio nas vendas de sua principal categoria de produtos.
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A fabricante do iPhone está prestes a relatar os resultados
do primeiro trimestre após o fechamento dos mercados nesta terça-feira.
Procurada pela Reuters, a Apple não respondeu a um pedido para comentar as informações publicadas pelo Nikkei.
Até o momento, o surto do vírus causou a morte de mais de 100 pessoas e infectado mais de 4.500 na China.
Na segunda-feira, as ações da Apple fecharam com queda de quase 3%, a US$ 308,95, com o temor do coronavírus arrastando os valores das gigantes de tecnologia e fabricantes de chips americanas.
No ano passado, os papéis da Apple registraram alta de cerca de 86%.
Bolsas asiáticas registram perdas
A rápida disseminação do coronavírus continua afetando os mercados globais.
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Na Ásia, a Bolsa de Tóquio
encerrou a sessão desta terça-feira (28) com queda de 0,55%, com o índice Nikkei perdendo 127,80 pontos, a 23.215,71 unidades, nível mais baixo de fechamento desde 8 de janeiro.
O coronavírus levou autoridades japonesas a adotarem medidas mais drásticas para conter o surto.
Em Seul, o índice Kospi teve desvalorização de 3,09%, a 2.176 pontos, enquanto que o Straits Times, da Bolsa de Cingapura, registrou uma desvalorização de 1,1%, somando 3.181 pontos.
As bolsas de Xangai e Shenzhen permaneciam fechadas , assim como as de Taiwan e Hong Kong.
As bolsas europeias operavam sem uma direção única, após as fortes quedas registradas na véspera.
O Índice DAX, da bolsa de Frankfurt
recuava 0,08%, a 13.194,18 pontos, enquanto o CAC 40, da bolsa de Paris, avançava 0,13%, somando 5.870,43 pontos.
Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB subia 0,70%, aos 23.578,95 pontos, enquanto o Ibex, da Bolsa de Madri, avançava 0,32%, atingindo os 9.396,60 pontos. Na Bolsa de Londres , o FTSE 100 registrava alta de 0,21%, somando 7.427,97 pontos.
Petróleo cai pelo sexto dia
Os futuros do petróleo caminham para o sexto dia de perdas , com o Brent abaixo de US$ 60 o barril, tendo tocado na segunda-feira mínima de três meses, a US$ 58,50, com o vírus disparando uma venda global de ativos considerados de maior risco.
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Já o petróleo WTI dos EUA
caiu 31 centavos, ou 0,58%, para $ 52,83 por barril. Na sessão anterior, o contrato caiu para o início de outubro, no mínimo, US$ 52,13 por barril. Ambos estão a caminho de fechar o pior mês desde maio.
Nesta terça-feira, a Opep anunciou que pretende prorrogar seus atuais cortes na produção
de petróleo ao menos até junho.
A decisão veio com a possibilidade de reduções adicionais na oferta caso a demanda por petróleo na China seja significativamente impactada pela disseminação do novo coronavírus, disseram fontes no grupo de produtores.
A Arábia Saudita, que na prática é a líder da Opep, juntou-se a outros produtores como os Emirados Árabes, a Argélia e o Omã na segunda-feira (27), buscando acalmar os nervos do mercado ao pedir cautela contra projeções mais pessimistas sobre os impactos do vírus.
Mas membros da Opep também começaram a avaliar suas opções e intensificaram discussões internas sobre como responder melhor à derrocada dos preços
, disseram as fontes.