O Facebook anunciou nesta quinta-feira que removerá conteúdos falsos a respeito do surto de coronavírus na China , depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou emergência de saúde pública internacional.
A medida é uma rara ruptura na política do site , criticado fortemente por manter no ar publicações sobre saúde sem embasamento científico.
A maior rede social do mundo informou, por meio de seu blog, que removerá publicações com "falsas declarações ou teorias conspiratórias sinalizadas por organizações globais de saúde ou autoridades locais".
A empresa reforçou que esse conteúdo viola sua política de proibição à desinformação que cause dano físico .
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A decisão é considerada agressiva e pouco usual
dentro dos padrões do Facebook, que geralmente se limita a restringir o alcance do conteúdo contendo desinformação sobre saúde em buscas e materiais patrocinados, mas mantendo a publicação no ar.
Essa posição do Facebook tem levantado duras críticas por pessoas que acusam a companhia de falhar na tentativa de coibir a disseminação de informações pouco apuradas, que podem representar ameaças potenciais à saúde global.
Outros exemplos
Um exemplo particular é a disseminação de conteúdos antivacinas , que têm sido amplamente propagados nas redes sociais em diversos países nos últimos anos.
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Dois episódios concretos ocorreram durante campanhas de vacinação contra a poliomielite
no Paquistão e a febre amarela
na América do Sul.
O Facebook, sob forte escrutínio mundial no período recente por conta de suas políticas de privacidade terem sido colocadas em xeque, já removeu desinformações sobre vacina em Samoa , onde um surto de sarampo matou dezenas de pessoas em 2019.
Segundo uma porta-voz da empresa, o site decidiu pela exclusão do conteúdo depois de determinar que a situação era tão grave que o material poderia levar ao dano físico.
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Ainda segundo a representante da rede social, a companhia também eliminou desinformações
sobre vacinas contra a poliomielite no Paquistão, embora, neste caso, a decisão tenha sido motivada pelo risco de violência contra profissionais da saúde que trabalhavam nas campanhas de imunização.