máscara antiviral da Lupo
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máscara antiviral da Lupo

Algumas empresas brasileiras estão correndo contra o tempo para se adaptar à nova tendência do mercado têxtil: as  roupas antivirais . Sob a promessa de proteger e eliminar o  novo coronavírus  (Sars-coV-2) em questão de minutos, o vestuário se tornou uma febre.

A proposta, no geral, é evitar que a roupa seja um veículo transmissor para a  Covid-19 , bloqueando a contaminação cruzada entre o tecido e o usuário. As tecnologias utilizadas prometem quebrar a barreira de gordura que envolve o vírus, chamado de envelopado, expondo seu material genético e inativando seu poder de contaminação. 

A Lupo , por exemplo, começou a vender máscaras antivirais recentemente e já têm na manga uma coleção esportiva com a mesma tecnologia. “Temos parte da coleção esportiva já desenhada e desenvolvida. Ainda não lançamos porque estamos concentrando a capacidade produtiva nas máscaras, que são uma necessidade na retomada”, declara Carolina Pires, Diretora de Marketing, Vendas e Produto da marca

A paulistana Oriba , por sua vez, têm uma linha de moletons disponível para o público no momento. Desenvolvida por uma empresa catarinense, as peças têm tecnologia por trás do acabamento. Entre o tecido, há partículas de íon de prata, que, segundo Rodrigo Ootani, sócio-fundador da marca, garante quase 100% de chance de eliminar vírus e bactérias. 

“Os tecidos antivirais apresentam um aditivo capaz de eliminar até 99,9% de vírus e bactérias que entram em contato com o tecido. [Ao contrário de] um tecido comum que pode demorar dias para eliminar o vírus que teve contato”, relata Ootani.

Já a Delfim e a Insider ainda garantem um tempo limite para que a ameaça seja eliminada. A partir da união de micropartículas de prata a fios 100% de poliéster, as empresas afirmam ter criado um “super tecido”, que elimina o novo coronavírus em questão de minutos.

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“A partir dessa fórmula, criamos um ‘super tecido’ que é capaz de inativar de sua superfície a ação do novo coronavírus em até 2 minutos”, declara Mauro Deutsch, presidente da Delfim. Em contraste, a Insider afirma ter um tempo de neutralização de 5 minutos - comprovados por testes da UniCamp.

O que a ciência diz?

Máscara e blusa antiviral da Oriba
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Máscara e blusa antiviral da Oriba

Com a crescente onda no mercado, em entrevista ao  Portal iG , o Dr. Paulo Rezende, infectologista e Diretor do Hospital Santa Clara, aconselha a tomar alguns cuidados ao comprar roupas antivirais , como se certificar de que o produto realmente é aprovado por órgãos oficiais.

“No momento de pandemia temos que ficar atentos às ofertas miraculosas que o mercado esteja oferecendo, temos que seguir as orientações dos órgãos de Saúde, que indicam EPIs que possuam proteção com eficácia científica comprovada”, inicia ele, que completa. “É importante atender à regra de impermeabilização dos tecidos estabelecido pela ABNT e às regras da ANVISA”.

Em consenso, as marcas e o infectologista acreditam que apesar de auxiliar, o uso de trajes antivirais não elimina a necessidade de seguir as orientações médicas e praticar o isolamento

“Na minha opinião a melhor maneira de proteção no combate a Covid-19 é seguir as orientações de consenso entre os órgãos e associações medicas”, diz o especialista. 

“As máscaras da Lupo não eliminam a necessidade de cuidados de higienização frequente”, diz Carolina, que é seguida por Rodrigo Ootani, da Oriba. “É importante deixar claro que nenhuma dessas peças substitui as orientações da OMS, como lavar as mãos e manter o distanciamento social ”. Os interessados em adquirir máscaras ou roupas antivirais podem acessar os sites oficiais das marcas.

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