O presidente Jair Bolsonaro
foi afetado pelo
vazamento
de 223 milhões de CPFs
e tem muitos de seus dados
à venda na internet. O mesmo acontece com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
, o presidente do Senado, David Alcolumbre
, e os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal ( STF
).
As informações são da empresa de segurança Syhunt que, a pedido do Estadão, analisou o "catálogo" de informações que os hackers possuem. Nele, é possível buscar por um CPF e descobrir quais dados estão à venda, mas não é possível acessar, de fato, esses dados.
Os hackers categorizaram as informações em 37 sessões. São elas:
- Básico simples;
- Básico completo;
- E-mail;
- Telefone;
- Endereço;
- Mosaic (um serviço oferecido pelo Serasa);
- Ocupação;
- Score de crédito;
- Registro geral;
- Título de eleitor;
- Escolaridade;
- Empresarial;
- Receita Federal;
- Classe social;
- Estado civil;
- Emprego;
- Afinidade;
- Modelo analítico;
- Poder aquisitivo;
- Fotos de rostos;
- Servidores públicos;
- Cheques sem fundos;
- Devedores;
- Bolsa Família;
- Universitários;
- Conselhos;
- Domicílios;
- Vínculos;
- LinkedIn;
- Salário;
- Renda;
- Óbitos;
- IRPF;
- INSS;
- FGTS;
- CNS;
- NIS e PIS.
A maioria dos dados são de 2019, mas também há informações de 2017, 2018 e 2020.
De todas as 37 categorias, Bolsonaro tem dados de 20 a venda. Já Maia aparece teve 15 categorias vazadas, enquanto Alcolumbre teve 16. Todos os ministros do STF têm mais de 20 categorias de dados expostos.
Algumas categorias trazem diversos dados , informa o Estadão. É o caso, por exemplo, de "modelo analítico", na qual aparecem todas as autoridades citadas. Só nesta sessão são vendidas as seguintes informações: cliente premium, proprietário de casa, artigos de luxo, investidor, tomador, banda larga, TV a cabo, posse de cartão do primeiro, posse de múltiplos cartões, posse de cartão de crédito, posse de múltiplos cartões de crédito, seguro residencial, seguro automóvel, seguro saúde, seguro de vida, celular pré-pago, celular pós-pago, usuário da internet, usuário de smartphone, joga jogos de vídeo, joga jogos online, internet banking, compra internet, tomador de crédito pessoal, finance de veículos, pacotes de turismo, ano de atualização.
"Não é possível saber se os criminosos têm as informações ou não, mas é muito difícil que não tenham. As amostras foram claramente exportadas por uma ferramenta interna de consulta do hacker", diz Felipe Daragon, fundador da Syhunt, ao Estadão.