A agência reguladora para a concorrência na França anunciou uma multa de € 220 milhões ( R$ 1,3 bilhões ) contra o Google por considerar a empresa culpada de favorecer os seus próprios serviços no setor de publicidade on-line, um novo golpe na Europa contra os gigantes americanos de tecnologia.
O Google "não questionou os fatos", e a multa foi decidida no âmbito de um acordo com três meios de comunicação (News Corp, o jornal francês Le Figaro e o grupo Rossel, da Bélgica) que o acusaram de ter monopolizado a venda de publicidade on-line.
"A autoridade (reguladora francesa) constatou que o Google deu tratamento preferencial a suas tecnologias apresentadas sob a marca Google Ad Manager", indicou o organismo.
"As práticas questionadas são particularmente graves porque afetaram os concorrentes do Google no mercado das SSP (plataformas nas quais os editores colocam à venda seus espaços publicitários) e os editores de sites e aplicativos móveis", entre eles as editoras de imprensa, acrescentou.
“A decisão de multar o Google é particularmente significativa, pois é a primeira em todo o mundo a lidar com processos complexos de leilão algorítmicos usados para exibição de publicidade on-line”, disse Isabelle de Silva, que chefia o órgão regulador da França, em um comunicado.
A Alphabet, a matriz do Google, teve um volume de negócios de US$ 55,31 bilhões no primeiro trimestre de 2021, em sua maioria graças à publicidade on-line.
As práticas da empresa são objeto de investigação por parte das autoridades de vários países.
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Além da multa, o o Google disse nesta segunda-feira que vai testar mudanças em seus serviços de publicidade on-line.
A empresa também disse que planeja implementar essas mudanças "de forma mais ampla, incluindo algumas globalmente".
Big techs na berlinda
Na semana passada, a União Europeia abriu sua primeira investigação formal contra o Facebook por práticas anticompetitivas que envolvem comércio digital e publicidade on-line. O movimento foi acompanhado pelo Reino Unido, onde os órgãos reguladores também iniciaram uma investigação paralela contra a gigante de tecnologia.
E, no fim de semana, os ministros das Finanças do G-7 esboçaram um acordo global sobre tributação que pode dar aos governos maiores possibilidades de tributar empresas multinacionais, com destaque para as gigantes da tecnologia dos Estados Unidos, e estabelecer um piso para as taxas corporativas em todo o mundo.
Os países concordaram em apoiar uma nova alíquota tributária mínima global de pelo menos 15% que as empresas teriam de pagar independentemente de onde instalassem suas sedes.