Cinco empresas de tecnologia planejam oferecer internet via satélite no Brasil, e os pedidos são analisados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os planos, porém, preocupam militares brasileiros. As informações são da Folha de S. Paulo.
Para trazer a internet via satélite para o país, as empresas devem lançar ao menos 4.800 satélites de baixa altitude. O objetivo é levar conexão a áreas que estão fora da cobertura das operadoras de telefonia atualmente. Dentre as empresas que querem entrar no mercado nacional estão Kepler, OneWeb, Swarm, Lightspeed e SpaceX, essa última do bilionário Elon Musk.
A SpaceX, sozinha, que lançar mais de 4.400 satélites que sobrevoarão o Brasil. O objetivo é construir uma rede global de satélites, a Starlink, que giram ao redor do planeta em, no máximo, duas horas. No trajeto, os equipamentos se revezam e mantêm a conexão em todas as localidades. Cada satélite deve permanecer em órbita por até 10 anos.
No mundo todo, porém, governos e empresas se preocupam com os planos da SpaceX, sobretudo emissoras de TV e operadoras de telefonia que têm satélites fixos. Agências reguladoras de alguns países, como Reino Unido e Alemanha, estão vigiando rigorosamente esse tipo de negócio.
Aqui no Brasil, o Ministério das Comunicações avalia o avanço da tecnologia como positivo, mas os militares têm se preocupado. Técnicos da Agência Espacial Brasileira (AEB) consideram que tantos satélites em baixa altitude podem interferir em lançamentos de foguetes e satélites na Base de Alcântara (MA).
Além disso, há o temor de que a novidade interfira no satélite geoestacionário brasileiro SGDV. O equipamento foi lançado em 2017 e é usado para a segurança nacional.