Elon Musk quer colocar US$ 21 bilhões do próprio bolso para comprar Twitter
Giovanni Santa Rosa
Elon Musk quer colocar US$ 21 bilhões do próprio bolso para comprar Twitter

O Twitter está reavaliando a oferta de aquisição de US$ 43 bilhões de Elon Musk, depois de o bilionário ter conseguido um financiamento para honrar a proposta, segundo fontes ouvidas pelo Wall Street Journal.

Esse seria um sinal de que a rede social pode ser mais receptiva a um acordo. Representantes de ambos os lados se reuniram neste domingo para debater o tema, de acordo com a publicação, mas um posicionamento do Twitter não é esperado antes da sua divulgação de resultados, na próxima quinta-feira.

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A possível reviravolta do Twitter ocorre depois que Musk se reuniu na sexta-feira com vários acionistas da empresa para exaltar as vantagens de sua proposta.

Na última semana, o empresário afirmou que desembolsaria US$ 21 bilhões de sua própria fortuna — estimada em US$ 270 bilhões. Também disse que tinha cartas de compromisso do banco americano Morgan Stanley e de outros de primeira linha, que totalizavam financiamento de US$ 25 bilhões. Com isso, o bilionário teria US$ 46 bilhões para financiar a compra da plataforma.

Já há alguns acionistas apoiando a proposta de Musk, segundo o WSJ. Lauri Brunner, que administra um fundo da Thrivent Asset Management LLC, por exemplo, vê Musk como um administrador habilidoso. A Thrivent tem uma participação de aproximadamente 0,4% no Twitter, equivalente a US$ 160 milhões, e também é acionista da Tesla.

"Ele tem um histórico estabelecido na Tesla, é o catalisador para entregar um forte desempenho operacional no Twitter", disse Brunner.

Estratégia de Musk

Musk está considerando levar sua oferta diretamente aos acionistas por meio do lançamento de uma oferta pública. No entanto, mesmo que ele consiga apoio, ainda precisaria criar uma maneira para contornar a manobra feita pelo Twitter, que o impede de aumentar sua participação para 15% ou mais. Hoje, o empresário tem 9% da empresa.

A manobra é conhecida como poison pill (“pílula do veneno”) e se trata de uma medida adotada por empresas que querem se proteger de ofertas de aquisições indesejadas. Na prática, caso haja compra de 15% ou mais das ações do Twitter no mercado, sem aprovação prévia do Conselho de Administração da companhia, a parte que assumir o controle da empresa deverá pagar um valor extra aos acionistas atuais.

A resposta do Twitter após a reunião de ontem com Musk não será necessariamente um categórico sim ou não. A empresa pode deixar a porta aberta para convidar outros interessados ou negociar com Musk em outros termos, que vão além do preço, segundo o WSJ.

Fontes disseram que Musk reiterou ao presidente do Twitter, Bret Taylor, nos últimos dias, que não vai desistir de sua oferta de US$ 54,20 por ação. Mas acionistas acreditam que ele pode melhorar a proposta.


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