Twitter diz para anunciantes que Musk não vai tornar rede mais tóxica

Plataforma se antecipou diante das preocupações de grandes entidades publicitárias

Entidades se preocupam com nova postura do Twitter
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Entidades se preocupam com nova postura do Twitter

O Twitter entrou em contato com agências de publicidade de grandes marcas para afirmar que os  planos de Elon Musk para a rede social não a tornarão um ambiente tóxico para que marcas anunciem, de acordo com um e-mail obtido pelo Financial Times.

De acordo com o documento, o Twitter disse para as agências que os anúncios não aparecerão ao lado de conteúdos ofensivos. A postura da rede social é reflexo de uma preocupação geral de que a gestão de Musk poderia tornar a plataforma mais ofensiva.

Sob o discurso da liberdade de expressão, o bilionário deu a entender que pretende reduzir a moderação de conteúdo  do Twitter, o que permitiria a circulação mais ampla de desinformação e discurso de ódio.

Nos Estados Unidos, grupos publicitários como a Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês) e a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês) se mostraram preocupadas com a possibilidade do Twitter amplificar discursos racistas e antissemitas.

"Sabemos que o ódio e o extremismo em espaços digitais podem levar à violência física, particularmente contra judeus e outras comunidades marginalizadas", disse Jonathan Greenblatt, CEO da ADL, ao Haaretz. "O Twitter fez alguns avanços no combate a esse ódio nos últimos anos. Portanto, embora queiramos ser cautelosamente otimistas sobre como Elon Musk administrará a plataforma, ele não demonstrou nenhum foco nessas questões até o momento. Nós nos preocupamos que ele possa levar as coisas em uma direção muito diferente", continuou.

Já o presidente da NAACP, Derrick Johnson, emitiu um comunicado se direcionando a Musk. "Sr. Musk: a liberdade de expressão é maravilhosa, o discurso de ódio é inaceitável. Desinformação e discurso de ódio NÃO TÊM LUGAR no Twitter", escreveu.

Em 2020, a ADL foi a responsável por liderar uma campanha de boicote de anúncios no Facebook por conta das fracas medidas de contenção de discurso de ódio existentes na plataforma.