Google desenvolve rival do ChatGPT
Unsplash/Kai Wenzel
Google desenvolve rival do ChatGPT

Depois que o  ChatGPT virou assunto em todas as rodas de conversas, o Google começou a se movimentar para lançar uma resposta à solução da OpenAI. A companhia está experimentando um chatbot conhecido como "Apprentice Bard", além de novas funções com inteligência artificial (IA) integradas ao buscador. É o que mostram documentos internos revelados pela emissora CNBC.

As informações partiram de memorandos da companhia, que mencionam testes internos de uma solução baseada no LaMDA (Language Model for Dialogue Applications).

Na reportagem, a emissora informa que o chatbot ganhou prioridade na empresa para incrementar as soluções do buscador. E já há até um diferencial em relação ao ChatGPT: a ferramenta do Google considera fatos recentes ao oferecer respostas aos usuários.

Enquanto isso, a plataforma da OpenAI está limitada a informações compiladas até 2021.

Apesar desse detalhe, o funcionamento segue a mesma natureza: o usuário faz uma pergunta e o sistema responde. E já há alguns exemplos: em um experimento, um funcionário do Google questionou se haveria outra demissão em massa na companhia.

Para refrescar a memória, o  Google afirmou no dia 20 que iria demitir 12 mil funcionários devido à mudança de cenário econômico.

Rapidamente, o Apprentice Bard disse que era "improvável" acontecer "outra rodada de demissões em 2023". E depois explicou:

"As demissões geralmente são feitas para reduzir custos e estrutura, mas a empresa está bem financeiramente. Na verdade, a receita do Google aumentou 34% em 2021 e o preço das ações da empresa aumentou 70% desde janeiro de 2022".

Chatbot do Google poderá ser levado ao buscador

Os testes demonstram um grande potencial ao Google. O que não é nenhuma surpresa: o LaMDA funciona tão bem que rendeu até uma longa discussão se a inteligência artificial da companhia estava se tornando senciente.

Mas, além do Apprentice Bard, o Google também pensa em levar a tecnologia para o buscador.

A CNBC informou que, nos testes, a companhia retirou os botões "Pesquisa Google" e "Estou com sorte" da página inicial para incluir sugestões de questões relacionadas. Além disso, há um pequeno ícone de chat dentro da caixa de busca para acionar a IA. Ao utilizar o novo sistema, os usuários recebem respostas "mais humanas".

Tudo isso oferece uma nova experiência aos usuários. Todavia, estamos falando de experimentos internos, que ainda não ganharam forma o suficiente para serem levados ao mundo. Ou seja, sequer sabemos se o Apprentice Bard e as mudanças no buscador serão apresentadas ao público em geral.

Procurado pela emissora, o Google não confirmou e nem negou a existência dos recursos. Mas disse que "há muito tempo" estão "focados no desenvolvimento e implantação de IA para melhorar a vida das pessoas".

"Acreditamos que a IA é uma tecnologia fundamental e transformadora incrivelmente útil para indivíduos, empresas e comunidades e, conforme descrevem nossos Princípios de IA, precisamos considerar os impactos sociais mais amplos que essas inovações podem ter", disse o porta-voz. "Continuamos a testar nossa tecnologia de IA internamente para garantir que seja útil e segura, e esperamos compartilhar mais experiências externamente em breve".

Microsoft já explora o ChatGPT em seus produtos

O movimento do Google não é em vão. Afinal, o surgimento do ChatGPT causou uma certa preocupação na empresa. Não à toa, em janeiro, a companhia considerou em lançar um rival para o chatbot da OpenAI.

Esta decisão também parte de outro lugar: a Microsoft. Afinal, além da proximidade entre a empresa e a OpenAI, a responsável pelo Windows quer levar a tecnologia ao Bing, para dar um empurrão ao buscador. A tecnologia também vai desembarcar no Microsoft Azure OpenAI em breve.

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