O Google é acusado de alterar as pesquisas dos usuários em seu buscador para induzir as pessoas a comprarem produtos. A acusação foi feita por uma testemunha do julgamento que a empresa passou nos Estados Unidos
, onde é investigada por possíveis ações que prejudicam a concorrência. Em nota enviada ao portal iG, o Google nega a prática.
De acordo com um artigo da revista Wired, uma testemunha apresentou, durante o julgamento, uma técnica do Google para garantir mais vendas no buscador. Segundo essa pessoa, familizarizada com os planos da empresa, o Google secretamente troca os termos de uma pesquisa sem que o usuário saiba, a fim de redirecioná-lo para páginas de vendas.
Normalmente, afirma o artigo, o Google faz pequenas reformulações em buscas realizadas pelos usuários, como incorporar sinônimos ou fazer ajustes que facilitem a assimilação do conteúdo pelos sistemas do buscador. Tudo isso serve para que os resultados fiquem mais precisos de acordo com o que cada pessoa procura.
O que a testemunha afirma, porém, é que o Google vai além. Se uma pessoa procura, por exemplo, por "roupas infantis", o buscador pode entregar secretamente resultados para a busca "roupas infantis da marca X", recebendo mais dinheiro dos anunciantes. Ou seja, o Google estaria alterando os termos pesquisados para forçar vendas específicas, mas sem o consentimento ou conhecimento dos usuários.
Segundo o artigo da Wired, as alterações de buscas são provavelmente feitas pelo Google "bilhões de vezes por dia em trilhões de variações diferentes".
A reportagem entrou em contato com o Google, que negou a prática. "O artigo de opinião publicado na Wired é enganoso e impreciso na descrição de como a Busca do Google funciona. O Google não apaga termos de busca nem os substitui por outros com maior potencial de monetização, como o artigo de opinião sugere. Os resultados orgânicos que você encontra na Busca não são influenciados pela nossa plataforma de anúncios", disse um porta-voz da empresa.
O Google é investigado nos Estados Unidos por possíveis práticas que prejudicam a concorrência. O julgamento foi movido pelo Departamento de Justiça dos EUA após acusações de que a empresa teria abusado da posição de dominância nos serviços de busca de pela internet e gerado um perfil de monopólio digital utilizando de práticas ilegais.