Omegle é encerrado
Divulgação/Omegle
Omegle é encerrado

A plataforma Omegle, que permitia que usuários realizassem conversas por vídeo com desconhecidos de várias partes do mundo, foi encerrada. O fundador do site, Leif K-Brooks, emitiu um comunicado afirmando que o encerramento do Omegle é uma "batalha perdida".

A plataforma conectava usuários de várias partes do mundo de forma aleatória, com o intuito de promover conversas sobre os mais diferentes assuntos. Ao longo dos seus 14 anos de existência, porém, o Omegle também permitiu que vários crimes fossem praticados.

Neste ano, um promotor do Rio Grande do Sul conseguiu a primeira condenação por estupro virtual no Brasil. O crime foi praticado em 2015, e aconteceu através do Omegle.

Vários outros casos similares a esse ocorreram em diferentes partes do mundo, fazendo com que o Omegle se tornasse alvo de processos em vários países e ficasse na mira de órgãos reguladores. De acordo com K-Brooks, o alto custo desses processos foi o principal motivo da plataforma ser encerrada.

"Por mais que eu desejasse que as circunstâncias fossem diferentes, o estresse e os custos dessa luta – juntamente com o estresse e as despesas existentes para operar o Omegle e combater seu uso indevido – são simplesmente demais. Operar o Omegle não é mais sustentável, financeiramente nem psicologicamente. Francamente, não quero ter um ataque cardíaco aos 30 anos. A batalha pelo Omegle foi perdida", escreveu ele.

No comunicado, o fundador do Omegle afirma que a plataforma foi palco de muitos momentos positivos, e que, ao longo dos anos, aprendeu com as críticas e implementou ferramentas de moderação de conteúdo.

"Além do recurso básico de segurança do anonimato, houve muita moderação nos bastidores, incluindo inteligência artificial de última geração operando em conjunto com uma equipe maravilhosa de moderadores humanos. O Omegle superou seu peso na moderação de conteúdo e estou orgulhoso do que realizamos", disse ele.

"A moderação do Omegle teve até um impacto positivo além do site. O Omegle trabalhou com agências de aplicação da lei e com o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas, para ajudar a colocar os malfeitores na prisão onde eles pertencem. Há 'pessoas' apodrecendo atrás das grades agora, em parte graças às evidências que o Omegle coletou proativamente contra elas e alertou as autoridades", completou.

Para K-Brooks, os processos que o Omegle sofreu ao longo dos anos são um "ataque", e encerrar uma plataforma digital porque crimes acontecem nela é o mesmo que "encerrar o Central Park porque o crime ocorre lá".

Apesar dos esforços citados pelo fundador da plataforma, o Omegle não fez o suficiente para impedir que conversas entre crianças e pedófilos fossem promovidas, falhando em moderação de conteúdo e em ferramentas de proteção aos usuários, sobretudo crianças e adolescentes.

Em 2021, depois de uma investigação da BBC revelar abusos infantis que aconteciam no Omegle, o TikTok passou a impedir que links para a plataforma fossem compartilhados na rede social.

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