Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), mandou os ex-anunciantes da rede social irem "se f*". De acordo com o bilionário, o X pode acabar por conta da falta de anunciantes, mas ele não aceitará "ser chantageado".
Nas últimas semanas, diversas empresas deixaram de anunciar no Twitter depois de Musk fazer uma publicação antissemita na rede social. Nesta quarta-feira (29), em entrevista na conferência DealBook, realizada pelo jornal estadunidense The New York Times, Musk voltou a se desculpar pela publicação, que ele definiu como a "mais idiota" que já fez, mas não poupou críticas aos anunciantes que realizam o boicote.
"Não anunciem. Se alguém vai tentar me chantagear com publicidade, me chantagear com dinheiro, vá se f*. Vá se f*. Está claro? Espero que seja", declarou Musk.
O bilionário também aproveitou para direcionar o discurso a Bob Iger, CEO da Disney, depois da empresa não querer ter sua imagem associada à de Musk por participar do mesmo evento. "Oi, Bob, se você estiver na plateia", provocou Musk, acenando.
Segundo o bilionário, "esse boicote publicitário vai matar a empresa". Em sua fala, Musk parecia tranquilo com essa possibilidade, e negou ter intenção de manter a companhia com seu próprio dinheiro. "O mundo inteiro saberá que esses anunciantes mataram a empresa. E nós vamos documentar isso de forma bastante detalhada". O entrevistador, então, disse que as empresas vão alegar que o Twitter teria sido morto pelo próprio Musk. Ele, então, respondeu: "vamos ver como a Terra responde a isso. O juiz é o público".
Após a entrevista, a CEO do Twitter, Linda Yaccarino, defendeu Musk afirmando que o Twitter permite "independência de informação", rebatendo acusações de que a plataforma está permitindo a circulação de discurso de ódio, incluindo postagens antissemitas.
"O X está permitindo uma independência de informação que é desconfortável para algumas pessoas. Somos uma plataforma que permite que as pessoas tomem suas próprias decisões. E aqui está minha perspectiva quando se trata de publicidade: o X está em um cruzamento único e surpreendente entre a liberdade de expressão e a rua principal - e a comunidade do X é poderosa e está aqui para recebê-lo", escreveu ela.
O que Elon Musk disse?
O boicote contra Elon Musk começou depois que ele respondeu a uma publicação que acusava as comunidades judaicas de "promover o tipo exato de ódio dialético contra os brancos que afirmam querer que as pessoas parem de usar contra eles".
A publicação argumentava a favor de uma teoria da conspiração supremacista branca que afirma que judeus e pessoas de esquerda realizam uma substituição étnica e cultural ao apoiar a imigração de populações não brancas, o que levaria a um "genocídio branco". Como resposta ao post, Musk disse: "Você disse a verdade".
Depois da resposta causar polêmica, Musk deu diversas explicações e pediu desculpas. O bilionário chegou a visitar Israel nesta semana e demonstrar apoio ao país judeu, que trava uma guerra contra o grupo Hamas.
"Eu não deveria ter respondido a essa pessoa", disse Musk na entrevista desta quarta-feira. "Essencialmente, entreguei uma arma carregada para aqueles que me odeiam e, possivelmente, para aqueles que são antissemitas, e sinto muito por isso. Essa não foi minha intenção", completou.