A princesa de Gales, Kate Middleton, surpreendeu a internet após publicar, no último domingo (10), uma foto em seu Instagram em que aparece ao lado dos filhos. A surpresa se deu pelo fato da integrante da família real estar sumida de eventos oficiais e das redes sociais há meses. Entretanto, um fato deixou os seguidores da princesa ainda mais alvoroçados: a foto estava recheada de distorções e edições.
Dentre os pontos destacados pelos internautas e por agências de notícias internacionais estão a mão do príncipe Louis, a falta da aliança de Middleton na mão esquerda, a mão direita desfocada, além de outras partes sem foco ou distorcidas, como cabelos, casacos e o joelho de Charlotte.
Depois da repercussão, Middleton se pronunciou em nova publicação, dizendo que teria editado uma foto em que ela e o príncipe William estavam e que, de vez em quando, experimenta edições, como muitos fotógrafos fazem. Ela pediu desculpas pelo caso e pela confusão que a fotografia causou na mídia internacional, uma vez que a foto foi republicada por diversas agências de notícia, que depois se retrataram por suspeita de manipulação.
Até mesmo o Instagram passou a exibir um aviso na imagem, dizendo que "verificadores de fatos independentes afirmam que a foto foi editada de forma que pode enganar as pessoas, mas não porque foi exibida fora de contexto".
Contudo, a inexplicável aparição de Middleton em uma fotografia repleta de discrepâncias reacendeu o debate sobre a proliferação de imagens fabricadas por inteligência artificial, uma tendência em ascensão. Uma variedade de ferramentas, como Midjourney e DeepAI, são empregadas na criação dessas imagens "falsas", apresentando níveis de detalhes que podem enganar até mesmo observadores atentos, levando-os a crer que se trata de uma fotografia autêntica.
Com a iminência das eleições presidenciais nos Estados Unidos, cresce o temor em relação às possíveis utilizações dessas imagens. Diante disso, empresas do setor tecnológico estão empenhadas no desenvolvimento de ferramentas capazes de detectar facilmente a manipulação ou a origem artificial de uma imagem.
Como identificar uma foto criada por IA?
Ainda que pareça algo real à primeira vista, as imagens criadas por IA podem deixar alguns rastros. O Portal iG separou algumas técnicas que podem ser úteis para a identificação, como: ampliar a imagem, verificar proporções, além do simples “dar um Google”.
1- Sobre o que se trata a imagem?
Antes de mais nada, é importante entender o que a imagem está mostrando. Se trata de algo que pode mudar o rumo de uma eleição? Um grande escândalo nacional envolvendo pessoas influentes? É algo que pode danificar a imagem pública de uma pessoa? Essa identificação é crucial, porque se a foto captura algo de interesse público e é legítima, é certo que alguma fonte confiável de notícias já tenha verificado sua autenticidade.
Fazer uma pesquisa rápida sobre o assunto e conferir as fontes que estão falando sobre o caso na imagem pode ser muito útil para evitar a propagação de informações falsas.
2- Qual a origem dessa imagem?
Totalmente ligado ao item anterior, entender de onde vem essa imagem pode ser crucial. Há diversas maneiras de conseguir fazer essa apuração: ela pode ser feita de forma colaborativa nas redes, com cada usuário compartilhando o que achou sobre a foto — o que aconteceu no caso da foto de Kate Middleton —; usando ferramentas próprias para a busca de imagens; e até pelo próprio Google , fazendo o upload da foto na barra de pesquisa.
O diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, Fabio Assolini, alerta para outras dicas que podem ser úteis neste processo. “Essas ferramentas costumam funcionar para a maioria dos casos — mas não em todos eles. Os pontos analisados por essas ferramentas envolvem detecções de possíveis anomalias, presença de brilho excessivo ou até mesmo a disposição dos pixels. Uma dessas ferramentas é a gratuita AI or Not? ”.
3- Procure anomalias na imagem
O caso da Kate Middleton trouxe uma das lições mais importantes quando falamos de identificação de imagens manipuladas ou geradas por IA: procure pelas falhas. Principalmente nos casos das IAs, as imagens podem acabar tendo rastros bem identificáveis.
Busque uma versão da foto em alta definição para que seja possível identificar defeitos que não seriam visíveis à primeira vista. Essas imperfeições podem incluir clones de imagem, membros distorcidos, fundos ou partes específicas excessivamente desfocadas, áreas pixeladas de forma irregular, presença de objetos aleatórios, assimetrias na anatomia do corpo (como dentes, dedos ou olhos desalinhados), fusão de objetos, entre outros.
Todas essas dicas, entretanto, são apenas um meio de tentar identificar se essas imagens são falsas ou não. Assolini explica, porém, que nem sempre esses 'truques' conseguem detectar as informações necessárias. "Algumas ferramentas generativas de AI conseguem gerar resultados bastante parecidos com fotos reais, enganando até mesmo as melhores ferramentas de detecção", conclui.
Então, sempre desconfie de tudo o que você vê nessas imagens estranhamente perfeitas, pois ela pode ser algo que esteja querendo te enganar.